ANTES DE NÓS
Ainda tem floresta, campos verdejantes,
mas antes, que maravilha! Achávamos o viver gratificante,
seus antepassados embrenhavam por estas matas,
conviviam harmoniosamente com a natureza
caçavam, plantavam, nossos alimentos nos fortaleciam,
as doenças, que doenças? Nós as espantávamos
nossos curandeiros nos curavam com os remédios dos matos,
chefes, corajosos, eram nossos defensores natos,
guerreiros, fiéis combatentes, observavam as leis,
assim é a história do nosso povo que estou passando a vocês,
nós vivíamos aqui na mais completa liberdade,
parecia que a imensa floresta fosse nossa, todas árvores,
toda cachoeira que ao cair as belas águas encantadoras,
ao banharmos, depois sorrir felizes por vir outro dia,
agora os outros homens, aqueles que não são da nossa tribo,
nos puseram aqui, disseram que devemos obedecer suas leis,
possuem outros jeitos de curar as nossas doenças,
falaram também de outras maneiras para nos alimentarmos,
talvez vocês não me entendam, mas eles nos tiraram um bem,
eles tiraram nossa liberdade, mas vocês se acostumarão,
aliás, minhas crianças, meu pequeno povo indígena,
vocês sairão daqui, desta selva imensa, acolhedora
entrarão em outra selva, dizem que nela a liberdade impera
tem outras leis, e até muitos não são punidos, quando erram
preparem, porque vocês entrarão em novos caminhos
sim, vocês se adaptarão, quer dizer: espero!
E assim termina uma pequena palestra, do velho índio
ele falava a um grupo de indiozinhos, numa reserva indígena.
(Este povo, os índios que já viviam aqui antes de nós!... mas espere aí,
um de meus antepassados foi indígena, nossa! E de Quantos brasileiros
também, recuando no tempo quantos precursores tiveram que irem
forçosamente viver numa selva de pedra!!!)