SOFRIMENTOS HUMANOS

02/01/2024 18:00

             

 

 

Eu vi seres humanos parecendo monstros, mulheres, crianças, moços, velhos todos correndo pra evitarem ser estraçalhados por  aquelas armas mortíferas que não sabiam de onde vinham. Depois o silêncio sepulcral, indicando que haveria sempre, mas sempre para nós mais terrores.

Voltávamos afoitos mas o que víamos eram só destruições, nossas casas outrora bonitas, aconchegantes, protetoras das intempéries naturais da natureza, que às vezes fortes, mas nem comparadas com as intempéries humanas tão brutais.

Depois o lindo sol parecia envergonhar das brutalidades humanas, não colocava seu esplendor, talvez continuasse lindo, mas no nosso interior era só trevas. Era só um lamentar na multidão que estavam escondidas dos bombardeios, lamentos que se resumia assim:

--- seria conclusão das profecias?

     Meu Deus! Porque aqui, porque nós, ou será no mundo inteiro assim?

Outros já diziam não acreditar mais em Deus, quando isso acontecia as trevas parecia encobrir até o fundo de nosso ser. O interessante que ali na multidão tinham poetas, filósofos, gente que escrevia também, tentaram me explicar assim:

--- nada de profecia, são só mesmo maldade humana, sempre existiu, os escravos hebreus, depois a escravidão na raça negra, a revolução francesa, a russa pode-se enumerar o terror que existiu e sempre existirá na humanidade.

Eu relutei, falei até mesmo debatendo-os:

--- gente, vocês estão esquecendo de que ainda existe esperanças, estamos em pleno natal, ainda podemos acreditar no nascimento de Jesus, nos trazendo paz, alegria e felicidades.

Mal terminando de esclarecer isso, uma voz, aliás várias vozes retrucaram:

--- não e não, aqui nós não acreditamos nesse Jesus!!!...

E os estrondos começaram, corpos estraçalhados por todos lados, parecia mesmo que o inferno estava ali. Meu corpo parecia fazer parte do meio, mas de repente acordo, dando vivas, nossa! parecia real, mas foi um sonho.

Não contente ainda vi que estava tudo natural, minha esposa dormindo, no resto da casa meus familiares todos alheios ao acontecimento. Abri minha janela e vi o brilhante sol, nada daquele sol acabrunhado no meu sonho, constatei também em minhas previsões de que vivíamos num paraíso, porque aqui não existia monstros humanos. Só que depois concluí:

-- quer dizer ainda não...