Talvez  aconteça

 

E no céu só se via nuvens escuras em  todo lugar, em qualquer canto deste planeta, neste céu não se via aquela limpidez, aquele azul de uma beleza até mesmo inexplicável!

Meu Deus! Parece que não existe mais beleza aqui! Exclamavam tristemente os sobreviventes escassos, um pouco aqui, um pouco ali, parecia que a imensa tristeza conclamasse para se espalhar no nosso imenso planeta terra, imensa para nós, mas     apenas um minúsculo grãozinho pertencente a este universo colossal, que parecia ignorar a destruição que arrasou este planeta.

Planeta que ao longe parece predominar a cor azul, outrora uma predominância também considerável do  verde deslumbrante.

-- Outrora porque,   realmente existiu tamanha beleza? (pergunta os habitantes mais novos sobreviventes)

--- Sim, o verde das matas que amparavam outros seres vivos de belezas variadas incríveis! (respondiam os mais velhos que presenciaram o passado e agora também sobreviventes.)  Eles continuavam suas narrativas, afinal estes anciãos  queriam que os mais novos pelo menos absorvessem das belezas naturais que existiram:  - vocês precisavam ver as florestas, as árvores, algumas com mais de mil anos, bem altas mesmo os ventos mais fortes não conseguiam envergá-las nem  derrubá-las, suas raízes  eram seus sustentáculos, no meio da vegetação  se procurasse poderia achar flores de belezas quase incompreensíveis do ser humano, poderia encontrar vegetais medicinais que poderiam curar doenças até mesmo incuráveis, as águas desde as suas nascentes, naqueles filetes transparentes,  depois irem se acumulando formando os rios, sem contar as cachoeiras formando figuras encantadoras.

Existiam também os  animais, transitando livres, caçadores intrépidos, a natureza deixava cada um a seu bel prazer. animais belíssimos cada um com sua beleza, cada um com seus mistérios incríveis, destes por exemplo os pássaros, alguns assemelhavam  aos grandes cantores, formavam magníficos concertos, quem ouvia parecia estar em outras dimensões com prazeres inexplicáveis.

--- Existiu  tudo isto? (perguntavam cada vez mais curiosos os novos sobreviventes)

--- Sim, existiu, agora em nenhum lugar da terra existem mais florestas, a natureza foi tolerando a mexida dos homens, aqueles que realmente estudaram e tentaram compreender detalhadamente a vida neste planeta, até que algumas mudanças teriam que haver, mas acontece que a natureza  foi transformada demais só para satisfazer as riquezas de muitos, então deu no que deu: principalmente as florestas foram destruídas!

 

(Talvez aconteça tudo isto e muito mais. Nossa! queira Deus que não, coloquei o talvez porque sou humano, os homens estão sujeitos a erros e eu quero errar, preciso errar para que estas coisas não aconteçam)

 

 

 

A praça

 

Ah! Aquela Praça!...

lugar onde todos ficam,

os bancos onde pode-se acomodar,

o ambiente às vezes acolhedor

bate papo amigo, também descontraído,

num banco,  a moça estava em planto,

aí reparou no homem que estava ao lado,

tentou explicar que o viver pra ela era desanimador,

-- desculpe, moço, mas esta droga de minha vida,

que nestes longos dezoito anos, pra mim não tem valor!...

desculpe minha insatisfação, de não ver belezas

nem aqui nesta praça nem nestas flores,

nem nos pássaros cantadores, em nada eu vejo cor,

queria viajar pelo mundo, lugares de muito glamour,

tive esta oportunidade, de seguir longos dias numa excursão,

meu pai, empresário de muito dinheiro, me negou esta emoção,

me negou a mesada dizendo que minha vida aqui era necessária,

empenhar-se nos estudos, com a máxima dedicação,

não tenho motivo pra viver se pudesse até me mataria!...

depois destes lamentos todos, a moça repara e vê que o moço era cego,

--- diz, assustada: mas você!...

--- sim, sou cego, estou apenas esperando o meu guia,

pra seguir nesta minha vida, a qual não considero droga,

viver pra mim não é um tormento, pois me foi concedido outros dons,

nos meus passeios da manhã, sinto a brisa, o calor do sol, imagino-o magnífico,

respiro e defino os aromas dos vegetais, das flores consigo sentir suas belezas,

das pessoas costumo definir alegrias, revoltas incontidas como as tuas,

queria incutir-lhe a felicidade que pode ser imensa em viver,

tirar-lhe esta mágoa, trazendo-lhe a vontade de morrer!

E naquele instante o vigia chega, e o cego segue seu caminho...

A moça o segue até perder de vista, a mensagem lhe foi dada,

o seu viver lhe poderá ser por demais maravilhoso

depois que ela sentiu naqueles momentos passados naquela praça!...

 

Aparência!...

 

O  orgulho sempre  estava  em cada detalhe de D.ª Nara, uma senhora  de 75 anos que às vezes  se revoltava em qualquer circunstância, não era rica, mas possuía  uma situação financeira  ótima, nunca teve dificuldades  principalmente em questão de dinheiro, desde criança ela não passou dificuldades, sempre criada em ambientes da área da classe média mais para a alta do que para a baixa. E ainda desfrutava de uma polpuda  pensão do seu   marido um   general  falecido.

E como no Brasil é um alto e baixo na economia, e ainda existem pessoas muito ricas, mas também quanta pobreza! D.ª Nara forçosamente esbarrava com muitas pessoas pobres, mas seu orgulho permanecia lá em cima!... Brasileira, descendente de europeus, não via com bons olhos esta mistura da raça brasileira, até apoiava quando uma pessoa negra era discriminada, a seus filhos declarava firmemente que queria que eles se unissem com outras pessoas que fossem realmente brancas, (como se isso fosse fácil neste grandioso país com sua linda e estonteante mistura!...) 

Esta sra. muito ativa, recebia tranquilamente todo mês sua aposentadoria, ela mesma se dirigia ao banco, e sacava sem dificuldade alguma.

Um dia ela saía da agência, distraidamente deixa cair sua bolsa, antes de se abaixar com dificuldade para apanhá-la, nota que uma rapaz de cor negra se aproxima e gentilmente se oferece para apanhar a bolsa que estava ainda no chão. D.ª Nara, responde com toda sua raiva:

--- Não preciso de sua ajuda! Ela deduziu que ele já observava a longo tempo para roubá-la, aliando com seu racismo incontrolável, esnobou a ajuda do gentil cavalheiro, se não bastasse isto, falou claramente que desconfiava dele. Ele naturalmente se defendeu dizendo:

--- Minha senhora, eu apenas queria lhe ajudar!

Naquele alvoroço todo a polícia chega, a suposta vítima não perdeu tempo e acusou o rapaz, que de origem humilde, com roupas simples, naturalmente estava  no intervalo de algum trabalho, é afastado num canto e uma completa revista pelos policiais, que deduziram também que o rapaz fosse um bandido querendo roubar uma pobre senhora.

D.ª Nara, satisfeita se prepara para pegar seu rumo, quando um outro rapaz, loiro bem bonito de aparência bem fina lhe fala:

--- Presenciei tudo minha senhora, sou gerente desta agência, estou no  meu período de folga, se quiser lhe darei uma carona até sua casa, porque não se pode facilitar, este país existem muita gente desonesta. Com toda confiança ela se introduz no carro do rapaz.

No trajeto  dentro do carro eles entabulam numa  animada conversa, D.ª Nara diz:

--- Com certeza eu seria mais uma vítima daquele delinqüente, ainda bem que você não é de cor meu jovem, me sinto mais tranqüila.

--- E  o modo de ser está na cara de algumas pessoas, não é mesmo minha senhora? vai comentando o rapaz.

Acontece este trajeto  começa a ficar demorado, o tempo gasto até a casa de D.ª Nara não levaria tanto tempo assim, ela observa que eles estão num lugar bem deserto, comenta:

--- Meu jovem deve estar bem longe de minha casa

--- E está mesmo e é aqui que a sra. vai ficar, ele fala com frieza

--- Mas!... Como, porque?!... Aí é que ela começa a sentir o drama, mas mesmo assim tenta uma jogada:

Tenha dó, você um gerente de banco.

--- Eu gerente de banco? Rs. rss.... trate de sair deste carro imediatamente mas deixe todo seu dinheiro comigo, nem adiante gritar, veja esta arma aqui, num piscar de olhos posso te matar, só não farei isso, sua velha ordinária, pra você viver os restos de sua miserável vida pensando, que as aparências se enganam, aquele rapaz que foi humilhado, apesar de não conhecê-lo tenho quase a certeza de que não faria mal nem a uma mosca, mas eu apesar desta aparência o mal está dentro de mim!

D.ª Nara, abandonada, humilhada como nunca foi na vida, num lugar desconhecido, chorava de medo. Mas se vai se redimir,  talvez sim, talvez não, se mudasse seus últimos dias até que poderiam ser maravilhosos, neste mundo de tanta maldade, tanta desilusão entre os seres!

 

(Qualquer semelhança, de nomes, de fatos,  é apenas a coincidência incrível deste nosso mundo de tantos contrastes)

 

  

Tormento  insensível

 

O  homem estava  caído na calçada, seu  aspecto era terrível, demonstrava  ser  mais uma vítima  do  alcoolismo, talvez  apenas o álcool, o tinha prostrado violentamente no chão, mas  hoje em dia, com as facilidades de outras drogas em mãos, será que o coitado estava atolado nestes terríveis vícios também?

Ser infeliz, porque o seu livre arbitre por este horripilante caminho, a vida pode ser vivida em plenitude depende do ser. (ou talvez o ser humano que cai, pode ser circunstancial, o mal conseguiu vencê-lo, ele não conseguiu deixar de ser dominado, outros seres humanos serão culpados? existem muitas explicações, devem ser por isso a complexidade de cada ser humano)

Ao analisar aquele homem caído até o fundo do poço, no meu entender, mais infelizes do que ele são: seus familiares, principalmente os mais próximos: os pais, estes sofrerão, mas a bagagem emocional é sustentada pela experiência.

Mas imaginemos  que este homem em completo estado desastroso, ele chega em seu lar, sua esposa em completo desatino, os  maus tratos cruéis de toda a espécie ela terá de enfrentar novamente, ela nem sabe contar quantas vezes foi torturada, seu corpo diversas marcas da maldade, o pior seu aspecto psicológico em frangalhos, os filhos infelizmente justamente estes casais, às vezes, aumentam sua prole  consideravelmente, o filho impregnado  naquele ambiente de ódio, proliferando a violência, naturalmente descarregará na escola ou qualquer outro ambiente freqüentado, a filha, decepcionada, então os filhos horrorizados num canto, com a chegado do pai completamente desnorteado, o inferno reinará, que tormento insensível!...

Entretanto, engano de quem pensar que de acordo com o quadro descrito, o ser humano tende mais em caminhar para a destruição.

A afirmação categórica tem que ser: cada ser humano depende de outro ser humano,

o ser humano pode ser um ser em plena renovação, embora ainda muitos de nós não percebamos, nós temos este privilégio de mudança, porque suponhamos que revertendo o quadro, este homem que estava praticamente na sarjeta, acorda, imediatamente reconhece que está vivendo em estado lastimável, aparece pessoas de boa vontade e o ajudam a reerguer-se.

Ele reergue-se, vê a maravilha da mudança nele mesmo, fala conscientemente:

--- Quero ser um novo homem! quero verdadeiramente não fazer os meus entes queridos não sofrerem mais.

Ele se encaminha para sua casa, completamente renovado, estava limpo e também belo de dentro e de fora, ao chegar o espanto da mulher, dos filhos, ficam apreensivos, pois não esperavam tal proeza, maravilhados ficam porque ele se ajoelha, pede perdão, jurando que de agora em diante fará jus ao seu nome de um verdadeiro esposo, um pai amoroso, reconhecendo sua  missão, todos ficam mais maravilhados ainda porque com o passar do tempo cumpre realmente o prometido.

O lar se renova, o tormento insensível já não estava mais ali, outrora era o inferno, destruindo  todos pela guerra existente, agora um verdadeiro paraíso, reinando uma paz indescritível!..

 

 

 

Carta a um pai

 

Se puder ler, ir lendo, depois ler a carta,

uma mensagem importante, mensagem mesmo de vida!

 

Dr. Orlando, o meritíssimo Juiz de Direito, 60 anos de vivência, tinha passado por tudo nesta vida, uma infância tumultuada, mais um filho sem pai, seu pai biológico, contribuiu para ele vir ao mundo, depois não contribuiu para acabar de criá-lo, financeiramente até que dispôs do quanto precisava, mas a presença de um pai amoroso deixou muito a desejar.

Então, Orlando, o menino cresceu na fortuna certa do bom viver, dentro de uma riqueza razoável para os meios modernos, sendo com isso o acesso e a obrigatoriedade nos estudos deu uma maneira esmerada, sendo assim, estava ali o Dr. Orlando, alcançara a função de Juiz de Direito.

Sua trajetória foi brilhante, advogou casos incríveis, verdadeiros sucessos. Entretanto, a trajetória familiar não seguiu o mesmo padrão, um casamento desfeito, ele não teve quase nada de presença na educação do filho, fez como seu antigo pai, com uma boa situação financeira, permitiu suprir pelo menos nesta parte na educação do filho, que agora já era formado, um jovem e promissor advogado.

Dr. Orlando, agora um ilustre Juiz  estava encaminhando à sua casa depois de um estafante julgamento, no carro começa um monólogo interessante, pensa em toda sua vida até aquele instante, interroga ele mesmo, (talvez  uma força da circunstância por ele  ser um juiz)  então ele começa:

---  Dizem que eu sou um importante Juiz, entendedor de causas, muitas resoluções ter que passar primeiro pelas minhas mãos, mas porque ainda não consigo entender minha vida, entender  este viver?

Dr. Orlando ia para sua casa, em seu carro, depois de um estafante julgamento, enfrentando um trânsito intenso, chega em sua casa e se joga no sofá, pretende descansar alguns minutos pra depois o banho reparador, nesse instante lembra da carta destinada a ele de seu filho, antes de abrir a carta, faz as indagações que insistiam em permanecer na sua mente:

--- Vandinho, meu filho, o que será desta vez? dinheiro, faz um bom tempo que não me pede, bem não adianta tentar decifrar, verei o que se diz a carta.

Começa assim:

 

--- Pai, pelo que eu posso concluir você está espantado com este meu ato, de não lhe dirigir pessoalmente, ao invés de conversar verbalmente, tentar uma comunicação através de palavras escritas.

Espero que os meus dizeres não seja mal interpretado, não leves isto como um puxão de orelhas, não é esta a minha intenção, até pelo contrário, lhe digo que estou eufórico, uma alegria quase inexplicável toma conta de mim, sabe porque, meu pai! É uma decisão que momentaneamente resolvi fazer, deves saber que eu casei e me separei, tenho um filho de 8 anos exatamente a idade que tinha quando o sr. separou de minha mãe.

Primeiramente, meu querido pai, posso e quero lhe chamar de querido, os meus rancores estou tirando de meu coração, para reforçar isso, preciso contar-lhe nossa história, grande parte dela sabes de cor e sorteado. Nunca passei falta em nada dos bens materiais, mas implorava aos céus a tua presença, sonhava mesmo por momentos gestos de carinho, na minha meninice, queria ouvir de você:

--- Filho, és a coisa mais importante para mim, um dia você chegou lá em casa e disse:

--- Vamos passear, Foi o passeio mais importante de minha vida,  que horas inesquecíveis!...

Mas depois nunca mais, ficastes mais zangado com minhas confusões na escola, foram muitas... sabia  que muitas delas era para ver se me aproximava mais de você?  Cheguei até a propor a Jesus se o sr. não voltasse para a nossa casa e viver novamente com a mamãe, eu não acreditaria mais nele. Mas não aconteceu, foi aproximando minha adolescência, eu o admirava cada vez mais, colecionava seus sucessos, várias causas consideradas  impossíveis você as tirava de letra.

Bem jovem  me envolvi seriamente com a justiça, fui preso mesmo! Lembras? Não foi dificuldade nenhuma me tirares de lá, mas naqueles momentos queria ter ficado, preferiria, ouvir as ofensas terríveis, mal tratos que rebaixa o ser humano até ao fundo do poço, sim é assim, às vezes, podemos dizer muitíssimas vezes quando um jovem da classe inferior cai ali, sim preferia passar por isso tudo do que a liberdade que conseguistes para mim, porque ouvi de tua boca que eu o envergonhava, dissestes que desejaria que eu não fosse teu filho!

O tempo foi passando, pai, chegou um dia que fui te compreendendo, justamente quando me casei, separei e apenas nutria  o meu filho com muitos bens materiais. Estou lhe comunicando da minha euforia, dizer desta minha decisão que talvez seja a mais importante de toda minha vida, eu pretendo doravante amar o meu filho realmente, amanhã ele terá uma festa na escola dele, muitos pais estarão lá, eu comparecerei nem que for pra romper compromissos de suma importância. Tentarei a reconciliação com minha ex-esposa, se ela não aceitar tentarei compreendê-la, mas com meu filho a reconciliação será imprescindível!

(Alguém continua lendo: sim é o autor deste texto que está perguntando!)

Ah! É porque devo lembrar que o grande Juiz de Direito, Dr. Orlando antes de terminar de ler esta carta de seu filho já chorava sem parar, podia porque ninguém estava vendo o homem de ferro chorar, passava os olhos pelo seu monumental apartamento, cada móvel lindíssimo escolhido por ele mesmo, seu bom gosto irreprimível em escolher as coisas.

Só, mas não apenas pensava, falava:

--- Vida! O que é a vida, eu vivi?  Ainda dá tempo de viver antes de morrer?...    

 

(Qualquer semelhança, mera coincidência, costumo sempre dizer: ser humano individualidade diferente, mas sua história existem muitas semelhanças! A vida continua,  sua interpretação é complicada, sendo impossível mesmo uma explicação humana, mas quando ela é recheada de ajuda mútua é como se um novo sol está ali para nos inebriar, esta ajuda pela lógica o ideal seria desde os primeiros anos de existência, portanto relegado aos pais este direito, este dever que eles devem perceber que estão ajudando a eles próprios e ao mesmo tempo fazendo um mundo mais feliz!...)   

 

 

 

O bosque  (2)

 

Um dia existia um bosque sem par,

meu Deus! mas era sim um paraíso,

uma orquestra para se encantar,

os pássaros, seres tão magistrais,

lindos sons que pareciam não parar,

quanta gente alí gostariam de estar!

A natureza ali em festa estava então

o verde, exuberantemente e lindo,

se estendia maravilhosamente no chão,

não só os pássaros outros seres majestosos,

as cachoeiras, ajudavam na beleza do lugar,

ali parecia que a felicidade sempre ia ficar.

Acontece que numa fúria insana,

no bosque foi tendo a destruição,

uma matança demais desumana,

tão horrível, de cortar nosso coração,

do verde só restaram as cinzas,

espalhadas naquele mesmo chão.

Ficou um silêncio estarrecedor,

as lindas músicas se acabaram,

não tinha mais pássaro cantador,

paraíso? parecia mais um inferno!

Pois a felicidade não viria mais

então ali a infelicidade seria eterna!...

o homem no seu furor insano, cortou árvores,

destruiu até  o nascimento do líquido maravilhoso,

sim, as nascentes, das águas cristalinas,

porque nascem, porque são tão belas e refrescantes?

Várias respostas “inteligentes”, mas nenhuma previdente,

porque inúmeras delas destruídas, quantas já tão secas!

Rios, riachos inexistentes, o mar não os receberá mais,

As tênues respostas dos especialistas, permanecem inaceitáveis:

- matem a natureza, estarás matando vidas!...

 

          Eu conto, um conto

 

Lá no alto do morro, ainda existia aquela casa exatamente como era há muito tempos atrás, a mudança  foi só nas paredes mais escuras, pois o reboco ficou envelhecido, o telhado também nitidamente com ares de que precisa vários reparos, é mais uma casa sem destaque naquela cidade.

Mas aquele lar havia outras mudanças visíveis: Sr. Renato, com 70 anos, D.ª Ivone 66, os filhos, Renatinho e Ivanise, já crescidos,  tinham suas vidas, filhos, casas bem retiradas dos pais, continuavam pobres, quer dizer, não uma pobreza extrema, mas viviam almejando sempre mais, para algumas pessoas significa viver no arrocho (viver apertado)

Sr. Renato estava ali, lutou a vida inteira, já estava aposentado, trabalhou muito na profissão de pedreiro, na ativa pagou sua contribuição à razão de 3 salários mínimos,  hoje não recebe um salário e meio de aposentadoria (interessante não é? Se um trabalhador contribuiu com mais  x teria que receber relativamente o que pagou! Onde está o dinheiro recebido a mais? Se quem tiver lendo pensar: --- Está no bolso de muitos graúdos!... Ah!  Então é a mesma opinião minha, rs...rss...) imaginem, seu Renato um pedreiro e considerado um dos bons, mora em casa de aluguel, não conseguiu construir a sua própria moradia, sua esposa D.ª Ivanise sempre alfineta:

--- Casa de ferreiro, espeto de pau! Outras reclamações também:

Éramos pra estarmos melhor, mas meu esposo Renato é muito mão aberta, quando alguém está muito necessitado, ele sempre está pronto para tirar a roupa do corpo e dar  a quem precisa! Veja bem moço, eu estou precisando de um tratamento sério, tenho vários problemas de saúde, preciso de consultar vários médicos particulares, para fazer uma consulta realmente bem feita, Não é que eu fale demais criticando o meu marido, até que o admiro, mas tenho as minhas razões, não é? Palavras que D.ª Ivanise repete sempre na sua franqueza nata.

Um dia para um carro na frente da casa do Sr. Renato, mas desses carros de deixar qualquer um de boca aberta de tão chique. O dono o dr. Josef diretor de uns dos maiores hospitais de uma grande  cidade, o hospital tão importante, que tem fama mundial pelos seus feitos.

Dr. Josef, tinha apenas seus 35 anos, mas com uma grande bagagem de fama pelos seus conhecimentos científicos, um grande médico! Ele ficou aliviado quando viu que aquela casa estava no mesmo lugar, estava torcendo para encontrar ali as mesmas pessoas que ele teve contato há muitos anos atrás. Desce de seu carro e bate na porta da casa de seu Renato:

Toc. Toc... quem abre é D.ª ivanise, Dr. Renato diz:

--- Bom dia, Sra. o Sr. Renato está?

--- Está sim, vou chamá-lo.

Ela sai espantada e vai chamar o marido, ele está acomodado na sala vendo televisão, ela visivelmente alarmada diz:

--- Renato, está aí um homem muito importante querendo falar com você, pela aparência dele deve ser muito rico!

Seu Renato vai se levantando mas fala:

--- Se for proposta de trabalho, sinto muito, minha velha, mas não estou em condições de trabalhar não!

--- E eu não sei disso? Responde ela bem resoluta.

Sr. Renato dá uma espreguiçada e levanta, encaminha até a porta, vê o visitante, de cara sabe que pode confiar no estranho, ele quase nunca se enganava com as pessoas.

Dr. Josef, vai logo dizendo:

--- Sr. Renato, posso falar com o Sr?

---  Pode entrar moço.

Dr. Josef começa:

--- Em primeiro lugar me apresento, sou o dr. Josef, diretor do hospital tal...  o Sr. deve estar espantado porque eu sei o seu nome, mas acontece que eu nunca esqueci do Sr. nem da sra. D.ª Ivanise. Nessas alturas ela já estava curiosa mesmo, senta na sala querendo saber do que se trata.

Como estava dizendo, nunca esqueci de vocês, o Sr. vai entender porque. (o médico vai continuando)

Lembra exatamente 28 anos atrás, o Sr. estava naquela varandinha, sentado, apareceu um homem, uma mulher e um menino, todos maltrapilhos, o homem lhe fala se tinha alguma coisa para comer, nem se fosse só para o menino, que havia dias que quase que não se alimentava. Sr. Renato, arregala os olhos e diz:

--- Lembro, claro que lembro!

--- Ah! Ainda bem, seu Renato, que o Sr. lembra, então vou continuar: o homem era meu pai, a mulher minha mãe e o menino era eu.

Naquele tempo vivíamos de cidade em cidade, meu pai não conseguia achar um emprego, viemos pra cá, a nossa vida cada vez pior, meu pai até praticou alguns deslizes, pequenos furtos de apenas comida para matar nossa fome. Fomos considerados marginais, expulsaram-nos daqui. Meu pai estava desesperado, minha mãe só chorava, eu revoltado com a falta de amor de muitas pessoas, já não acreditava mais em  ninguém!

Lembro muito bem e o Sr. também, quando o meu pai lhe pediu ajuda, o Sr. não só nos acolheu, nos alimentou, está na minha mente quando o Sr. esquentou a sua comida, que já estava pronta e na mesa nós alimentamos como nunca tínhamos alimentado, na despedida nos deu uma importância para viajarmos e incentivou meu pai a não desistir, dizendo ainda existem pessoas boas neste mundo, ele acharia algum meio de subsistência, voltando para mim me perguntou:

--- o que você quer ser quanto crescer?

--- um médico, eu respondi.

--- então você vai ser um grande médico, mas precisa estudar, lutar e nosso Deus vai ajudar!

E aqui estou, Sr. Renato, não vou lhe pagar, porque não existe dinheiro que pague o que fizeste por mim, mas quero lhes ajudar em tudo!

D.ª Ivanise estava lívida e pensava:

--- Meu Deus! Vale a pena ter um esposo assim! 

Perdoa-me!

 

O grande hospital estava lotado, nos corredores muitos estavam à espera, a disputa para um atendimento estava quase em pé de guerra, os médicos, enfermeiros, outros trabalhadores transitavam também ali, indiferentes com as súplicas ou  pedidos enérgicos dos que queriam ser atendidos.

É sempre assim nos hospitais públicos em cidade grande, ali tinha muitas histórias, pois cada pessoa poderia encher verdadeiras enciclopédias, de relatos, talvez quantos bestselers!

Não! Ninguém me tira da cabeça de que a vida é um mistério, cada ser humano tem uma história e alguma história parece que precisa ser contada, porque precisa? Não sei, talvez isto seja também um mistério!...

Então vamos lá, meus amigos, (se é que alguém estiver lendo até aqui, tomara que sim)  pretendo contar esta história, tenho a impressão que deve ser contada.

Neste grande hospital, onde estavam tantas pessoas com seus diversos problemas,  lá bem dentro numa cama que estava num quarto de cuidados intensivos, estava uma mulher com mais de 80 anos, numa cama com aparelhagens complicadas, sofisticadas, em cada canto de seu corpo, mas esta sra. estava inerte, não conseguia comunicar com as pessoas, já estava neste estado por muitos meses, os médicos confirmavam que era um caso diferente, não conseguiam explicar o porque desta mulher conseguir ainda viver!

Aproximei daquela cama em que estava a senhora semi-consciente, naquela confusão de fios, aparelhagens de que nem me arrisco a dizer o que é, nem para que serve, seria muita coisa para minha mente já embaralhada também em querer compreender, porque viver, como viver!

Ouço uma voz: -- perdoa-me!  Voz cansada, de mulher já bastante vivida, novamente: --- perdoa-me! Vinha daquela direção da mulher enferma, e um homem sentado ao seu lado. Pergunto a ele:

--- Ela disse alguma coisa!

--- Impossível, cara,  faz 9 meses que ela permanece nesse estado, (o estranho começa fazendo o relatório completo) os médicos não conseguem dar uma explicação detalhada deste caso, já era para ela ter morrido desde os primeiros dias que apareceram estas complicações, eu sou um de seus 5 filhos, todos homens, revezamos, mas venho mais vezes para vê-la, tentar compreender o porque de minha mãe pelo menos descansar em paz, aliás paz ela não...

Sem querer o interrompo:

--- Nossa! 5 filhos todos zelosos, ela deve estar sentindo satisfeita por este ato de amor!

--- Satisfeita? Pelo que me lembro, ela nunca sentiu-se satisfeita por nada neste mundo, é o que queria concluir, desejaria que ela descansasse em paz, mas paz ela sempre rejeitou.

--- Espere aí, você importa em me explicar melhor? Isto é, se não lhe for incômodo, desejo saber, porque sou fascinado por história, principalmente das que tem tudo a ver com os relacionamentos humanos.

--- De maneira nenhuma, (se entusiasma o filho da senhora bastante enferma, parecendo até aliviado) até parece que você está no lugar certo e também com a pessoa certa, porque me sinto bem quando relato com pessoas sobre a vida de minha família.

Distanciamos um  pouco, para não conversarmos perto da enferma, tínhamos quase certeza de que ela não ouviria e não entenderia nada, mas por prevenção retiramos, ele começou:

--- Para iniciar teria de contar desde bem antes de meu nascimento e de meus irmãos. Minha mãe não queria casar com meu pai, mas de acordo com os costumes daqueles tempos, as mulheres não tinham muita escolha. Resultado, um casamento arranjado e até forçado para uma menina  de 16 anos casar com um homem de 40 anos.

Depois de casada ela fez um juramento de nunca amar ninguém, até mesmo os filhos que tivesse.

--- Meu, amigo, tem certeza  que queres continuar? (pergunto sentindo um pouco desconfortável) --- sim, já que você quer ouvir, mas então com o passar do tempo os filhos vieram, de repente 5 filhos, com diferenças bem poucas nas idades, (e sua mãe não gostava de seu pai, imagine se gostasse!... mas só pensei)    

Meus dois irmãos mais velhos eram obrigados a trabalhar e prestar conta de todo o dinheiro que recebiam, quando não apresentavam a importância imposta pela minha mãe, não tinham o direito nem de se alimentarem, aquele que chegava um pouco fora de hora em algumas  noites, a porta não era aberta para ele, mesmo se estivesse numa tempestade. Não preciso nem dizer-lhe quantas vezes, ou de que maneira apanhávamos! Dos castigos mais piores era aqueles em que nos trancava num quarto escuro, sem comer e sem beber. 

Depois do relato deste filho, faço a pergunta que tinha de fazer:

--- Mas apesar desta carência de amor materno, influiu em vocês, ou em apenas alguns?

--- Falando por mim, em vez de muito ressentimento, sinto muita pena de minha mãe, não fiz aos meus filhos o que recebi dela, entre meus irmãos houve alguns desajustes, mas não tão fatais iguais aos que receberam.

Depois de ter escutado tudo daquele moço, tua dramática história, fiquei em dúvida de lhe falar que houve uma transmissão de pensamento entre mim e a mãe dele, porque sem imaginar das arbitrariedades cometidas por ela, eu entendi claramente de que ela pedia perdão!

Intimamente ela já havia sido perdoada por aquele seu filho que me fez o relato, talvez ela pressentia  isto, mas e os outros filhos? Ela morreria antes de todos os perdões?

É, talvez seja por isso que todas as vidas são mistérios!...

  

Uma história de amor

 

O dia estava começando, o sol parecia que não viria com seu brilho maravilhoso, querendo fazer mais uma manhã sem luminosidade, o maravilhoso sol queria dar a vez para uma tempestade horrível, acompanhada de ventos arrasadores, trazendo  medos para alguns mortais, ou aqueles mortais isentos de medos,  mas aborrecidos com a falta de beleza.

Assim era a vida de Paulinho, garoto de 8 anos com plena energia, quem o conhecia vislumbrava com sua esperteza, uma vivacidade acima da média, (comentavam) aliada a isso tudo ele cativava muito apesar de seu gênio intempestivo. Com sua autenticidade natural, na iminência da tempestade aproximando, ele blasfemava contra o tempo:

--- Coisa chata! Não poderei brincar com meus colegas, mamãe me trancará em casa mais uma vez!...

Simbolizando aquele tempo terrível, trazendo medo e aborrecimentos para alguns, na vida de Paulinho, podemos dizer que é muito pior, porque  a vida deste  menino, às vezes, aparecia o sol radiante, trazendo só contentamento, fazendo o dia  uma beleza sem igual, mas muitas vezes vinha a tempestade arrasando tudo.

O porque deste vai e vem de momentos tristes e alegres, na vida deste garoto? Sim, então está aí a explicação:

Houve uma tempo antes de Paulinho nascer, sua mãe Helena namorava Orlando, era uma linda história de amor. Os dois mais jovens, belos e audazes, viviam os momentos inesquecíveis no namoro, castelos e mais castelos, o amor neste período parecia que iria tornar seus castelos magníficos.

Mas apenas parecia, eles casaram veio o dia a dia, o lar ia irradiando mais com a chegada de Paulinho, foram vivendo, começava a aparecer os sufoco das obrigações, Orlando começa se fartando (quase sempre nestes casos são os homens) dava suas escapulidas amorosas, é claro! Como era de se esperar, Helena descobre, veio brigas, por fim separação.

O rompimento foi  traumático, entre marido e mulher acontece aquilo que é muitas vezes inevitável, uma grande inimizade, desprezo, orgulho ferido, mas depois o normal é uma trégua, cada um com seus deveres: a mulher com os filhos, o ex-marido, o dever de pagar a pensão, visitas, aí é que a coisa pode pegar!

No caso de Paulinho começava a acontecer o pior, a pensão ia rareando e as visitas também, para Helena, o martírio era a falta do dinheiro estipulado por lei, para o menino Paulinho, a tristeza era a falta da visita do pai, os anos de convívio permitiu um certo apego, uma necessidade da presença paterna.

Na medida  que passava o tempo só piorava nos relacionamentos, a mãe não economizava nos adjetivos:

--- Aquele safado do seu pai, ele vai ver só espere pra ver!...

No menino apesar de seus 8 anos, começava a revolta, ao mesmo tempo para agradar a mãe, dizia:

--- Mãe, não quero mais saber de meu pai!

Mas nas poucas vezes que o pai aparecia, Paulinho se vislumbrava, seu contentamento era visível. O sol começava a iluminar em sua vida, os momentos ele queria que se prolongassem, o convívio com aquele pai sempre ausente era uma felicidade indescritível! 

Infelizmente  a presença era por poucos momentos, logo era hora da partida, o momento incisivo perguntava:

--- Pai, quando você volta?

--- Qualquer dia destes eu volto, filho!

Enfim só ficou as promessas, dias, meses, nada de voltar, o menino, às vezes, chorava, não conseguia deixar de imaginar que seu pai não o amava mais.

Helena, pra complicar mais a cabeça de Paulinho, falava palavras inconcebíveis:

--- Isto, implore mais, não vai adiantar nada, seu pai não merece esta sua súplica!

E a tempestade, os ventos aterrorizavam na cabeça de Paulinho, contribuía para que sua revolta revertesse em tudo na sua vida, principalmente na escola.

O começo, uma história de amor, podia ter sido lindo continuasse tudo maravilhosamente bem, mas vieram as desavenças, separações e o de tudo o pior, as tempestades, os ventos terríveis  na vida de Paulinho, fazendo com que ele tenha momentos de muitas infelicidades!...

 

(HISTÓRIA  QUE PODE TER SEMELHANÇAS  EM VÁRIOS LARES POR AÍ, APESAR DO SER HUMANO POSSUIR DIFERENÇAS INCRÍVEIS EM SUA PERSONALIDADE) 

 

Máquina extraordinária

Joelvis, o grande cientista, escritor, professor universitário estava numa cama hospitalar, seu estado não era animador, apesar da previsão de que ele não ia morrer, seu carro incendiou, seu rosto foi a única parte de seu corpo que teve queimadura realmente grave, durante vários dias enfaixado, os médicos eram categóricos de que até sua visão fora totalmente afetada.

Vejamos sua história anterior ao acidente:

Este professor dotado de muita inteligência, era categórico em dizer principalmente a seus alunos, que não acreditava em Deus.

--- Não acredito, nesta divina providência, o homem é capaz de superar as adversidades do tempo, apoiado na ciência nós podemos prolongar nossa vida.

E porque apoiar num Deus! (este cientista não se preocupava pelo menos em dizer:

--- Não creio, mas não duvido, como a opinião de muitos que mesmo tendo muita cultura, mas reconhece a limitação da mente humana!)

Os alunos mesmo universitários, ficavam cabisbaixos, por mais que algum tentasse, logo era firmemente rechaçado qualquer pronunciamento sobre Deus.

O sapientíssimo cientista, escritor e professor quando estava só, nos seus pensamentos vinham verdadeiras Blasfêmias quando pensava sobre qualquer coisa divina, o sobrenatural ele trocava pelo natural, tinha influenciados muitos, ou pelo menos pensava que conseguia tirar da cabeça de quem quer que fosse, para só acreditar em coisas lógicas neste mundo, para ele só valia mesmo, os prazeres, fortuna e quantidades imensa de sempre escrever, livros e ler livros interessantíssimos, de autores também inteligentíssimos como ele.

E por falar em escrever e ler, ele naquele leito hospitalar, deveria ser aquele hospital!...

Então ele estava desesperado, incrível os potentes remédios não estavam tirando suas dores, mas o desespero era em grande parte por ter ele mesmo a certeza de ter perdida a visão. Repetia, muito estas palavras:

Imagine, eu cego !... Como vou fazer para escrever e ler, coisas para mim primordial, meu Deus, se... interrompe a mente na mesma hora, suplicar a Deus seria a última coisa de acordo com suas característica de um autêntico ateu!

Chegou o dia de tirar as faixas de seu rosto, na hora de tirar as ataduras dos olhos, o especialista em visão diz:

Tente abrir os olhos, Dr. Joelvis, com o rosto todo marcado por causa das queimaduras profundas abre os dois olhos e consegue ver, não estava cego, o especialista em visão, um simples médico, comparando com aquele grande cientista, diz com toda sua convicção de conhecimentos na sua área:

--- Foi praticamente um milagre, meu caro Dr. Joelvis, só de pensar que nossos olhos  conseguem se proteger ao fecharem em frações de segundos, igual o seu caso pela maneira que foi o acidente   é quase impossível o Sr. não estar cego, todos nós podemos dizer:

O corpo humano chega a ser uma máquina extraordinária e porque? Quem projetou?

Só pode ser ele, o Nosso Poderosíssimo Deus!

E assim o brilhante cientista se agora acredita no sobrenatural, não sei, mas pelo menos   ele deve responder assim: minha mente é incapaz de entender este mistério do nosso existir!...

 

 

Realmente, isto é que é muito amor!

 

O objetivo era transplantar corações recheados de amor!...

 

Renard, o famoso jovem cientista, ávido estudioso das ciências, jovem ainda teve grande destaque no sistema de transplantes de órgãos. Ele e outros cientistas, contribuíam para que as pessoas tenha uma alternativa a mais para conseguirem viver, curar suas doenças, serem felizes enquanto estiverem nesta vida.

Este moço inteligente, inovador, foi escolhido para ser paraninfo de um grupo de formandos em pedagogia, é lógico que entre a turma de formandos alguns deles não concordavam com a escolha deste paraninfo, mas eram uma minoria, mais tarde todos viram que a escolha era realmente muito acertada.

Um dia antes da formatura, o nosso personagem Renard, estava um pouco inquieto em sua casa, apesar de ser um exímio orador, já tinha preparado seu discurso, pensava sem parar:

- discurso não, uma palestra muito importante, para mim, para os formandos e para quantos infelizes que perambulam por aí!

A mãe de Renard, Dª Helena, atenta sempre, pergunta:

--- Filho, estou acostumada a ver todas as vezes que vais fazer algo importante, sempre você tira de letra, agora noto uma certa apreensão em você, será por causa   da formatura na qual serás paraninfo, se não for porque então?

--- Não, mãe! Esqueça, a sra. está imaginando coisas! Eu seu filho preocupado? Fique tranqüila, está tudo bem. Mas falando em formatura, você vai assistir, não é? Quero que use o seu melhor vestido, fique bem bonita, sei que já és a mãe mais bonita do mundo, a mais inteligente, a mais interativa e agora vem a denominação melhor: a mãe mais carinhosa que existe neste mundão misterioso!...

Ah! Você sempre exagera muito, mas será que preciso ir mesmo? Queria mais é sossego, meu filho!                                                                                                                                    --- Tem sim, mãe a sra. tem de ir!

--- Seu irmão e sua irmã escreveu que gostariam muito de assistir esta formatura, lhe desejam sucesso nas tuas palavras, eles tem certeza que você vai abafar, sempre acreditaram em ti.

 

Depois, o dia chegou! O salão estava repleto, novos pedagogos iriam receber seus diplomas, Dr. Renard estava impecável, o jovem cientista iria colocar suas  palavras no coração daqueles que iriam fazer suas propostas: educar, palavra que se seguir ao pé da letra, faz com que o mundo ganhe novos seres prontos para dar sentido nesta outra palavra que se chama vida!

Entre os presentes bem no banco da frente, D.ª Helena, aquela que Renard tanto empenhou seu comparecimento, então ele começa:

 

Queridos formandos, eu não sei se darei este conto de recado,

não me considero influente principalmente nas palavras me atrapalho,

se fosse para mim falar de experiências, várias delas poderia até ser mais fácil,

mas o que tenho de lhes relatar aqui é o que se refere a vocês, pelo que propuseram,

sim vocês propuseram ensinar, ensinar o ser humano é tarefa árdua,

mas existe uma palavra, que colocada nos teus pedestais de propostas, faz muita diferença, a palavra amar, dedicar sem reservas. Vocês aceitam uma história?

Já sei, muitos devem estar pensando, aceitando ou não ele vai contar mesmo!...

(alguns breves sorrisos na platéia) e ele começa:

Eu nasci feio, tão horrível, nossa! Estou percebendo novamente alguns pensamentos:

- nasceu feio? ainda é muito feio, muito horrível! (nova gargalhada desta vez quase toda platéia)

Então meus amigos, foi este o resultado: meus pais me abandonaram,                                              ainda mais quando ouviram do médico que eu estava muito doente,                                                                 doença que desprenderia muitos cuidados, acima de tudo muito amor.

Mas eu fui salvo, sabe por quem? Por uma criatura que exalava o amor!

Fui adotado por uma pedagoga, professora Helena que já tinha dois filhos

ela me ajudou, amparado por ela e pelos dois irmãos que sempre me amaram,

pois quando ela chegou com aquela criança bronzeada, chorosa,

esta criança era admirada, olhada com todo carinho e muito amor!

Era como se o Criador dissesse: - vocês a geraram, eduquem-na

para que um dia fique tão linda quanto vocês!...

Tarefa árdua para esta mãe, porque nos meus primeiros anos foram difíceis,

dias e noites às vezes chorava eram quase interruptos,

com o passar dos anos, a suposta doença tinha sido contornada,

mas no caminho ficou algumas seqüelas na vida de minha mãe,

nas dificuldades de tomar conta de uma criança problema,

ajudou a separação de seu esposo, impossibilidade de agüentar-me,

minha mãe não se acovardou, eu o pequenino ser precisava de amor,

na medida que ia crescendo, necessitava cada vez mais de sua ajuda,

eu era a criança cada vez mais  problemática, nas ruas, na escola, no mundo em si,

necessitava da sua sabedoria de ensinar, educar e amar requisitos de seu método,

minha adolescência foi traumática, parecia que não livraria do terror,

terror do abandono, medo excessivo da falta do amor,

medo da caminhada nos caminhos cheios de pedras cortantes,

medo acima de tudo dos monstros humanos, com poderes maléficos,

na minha mente, a possibilidade de um novo abandono me entristecia,

até que um dia, no seu dom de captar os problemas vigentes,

seu dom de colocar as palavras, os deveres nos lugares certos

me fez a declaração, esta minha verdadeira mãe me falou:

filho te dei tudo, este tudo sem dúvida é o amor e te amarei sempre,

sempre confiarei que este amor que te dediquei te de bagagem suficiente,

necessária para ir até o fim de seus dias e deixarás também para muitos,

e continuando o brilhante cientista, as suas palavras:

então meus amigos formandos, e amigos todos os presentes,

um dia antes deste dia que tinha de fazer este pronunciamento,

esta mulher maravilhosa, a minha mãe mais uma vez sentiu meus medos,

desta vez um medo diferente de não conseguir o ideal,

anseios de que depois o Criador me perguntasse:

- transplantastes mentes? Mentes carregadas de saberes,

onde as complicadíssimas fórmulas ofereçam alternativas para conseguir viver?

Mas bastaria simplesmente transplantares corações recheados de amor!...

Era isto, mãe, a minha preocupação, e tenho o prazer de apresentá-la,

queria te pedir para que levantes, para que todos vejam minha mãe,

aquela que contribuiu para que eu estivesse aqui e agora, tentando lhes dizer:

“Ainda que eu falasse as línguas dos homens, que eu falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria”

E assim termina as palavras do Dr. Renard, talvez alguns ainda pensaram: deveria ser outro paraninfo! Mas a grande maioria concluíram que suas palavras os atingiram em cheio!

 

(Qualquer semelhança de fatos e nomes é coincidência, as semelhanças sempre acontecem nas histórias, apesar dos seres humanos serem diferentes em suas individualidades)

 

 

                         Após guerra

 

Ano de 1945, período que acaba a 2.ª Guerra Mundial, ano em que nasci, eu este brasileirinho, longe da raça ariana, muito longe!...

O egocêntrico, o problemático, enigmático e maléfico, Adolf Hitler, que  também não era nada puro na tua descendência, queria eliminar os judeus, negros em fim todos que não fossem brancos puros. Os nazistas, mesmo aqueles brancos puros, os altos, loiros, olhos azuis, inteligentes e capacitados alemães, seguiam Hitler, o apoiavam até o idolatravam. Para eles ele era o salvador da pátria, salvaria a Alemanha arruinada, conquistariam o mundo, passariam por cima de todos.

E por cima principalmente dos judeus eles estavam passando, aniquilando corpos, silenciando mentes, era um horror!

--- O que?... você fala que era um horror, por acaso estivestes lá? Alguns incautos, que ainda existem e querem defender aquela época causticante para muitos, podem me fazer esta pergunta. E eu respondo:

--- Eu não estava naquela época lá, mas as provas são mais do que irrefutáveis, nos poucos judeus sobreviventes, dos milhões que foram torturados, mortos de maneira  infinitamente cruéis, bastam ver as fotos dos que sobreviveram, com o perdão da palavra, apenas ossos ambulantes, outros nem mais andar podiam, o depoimento dos sobreviventes são realmente incontestáveis.

Mas naqueles pesadelos podemos citar pessoas maravilhosas, que fizeram atos heróicos e bondosos, na revista Seleções de março de 1999 , eu pude ler a história comovente de Luba Gercak, vivente numa comunidade judaica na Polônia, esta mulher viu seu marido sendo assassinado pelos nazistas, depois seu filho com 3 anos sendo tirado aos gritos de seu colo, depois assassinado também. Ela apesar de sua imensa dor, não se amargou em ódios aos carrascos, nem aos seus seguidores, do contrário ela não poderia ajudar seus semelhantes.  

Como de fato ajudou dezenas de crianças, as livrou de um sofrimento temporário, mas completamente pavoroso.

No alojamento onde Luba estava, ela conseguiu alojar várias crianças e jovens, que estavam completamente abandonados, famintos, entregues à infeliz sorte de serem pessoas que não possuíam requisitos exigidos pelos monstros sanguinários. Ela alojou estes infelizes mesmo sabendo que poderia por este ato, definir sua vida de vez!

No alojamento teve que se virar para que eles as dezenas de seres, não morressem de fome e doenças, conseguiu convencer em partes os oficiais nazistas da permanência das crianças ali, mas os cuidados especiais seriam por conta desta heroína, e de fato conseguiu. Muitos anos depois da guerra, vários homens e mulheres, homenagearam em Amsterdã, aquela que por amor os salvaram das desumanidades da guerra.

Não vou me especificar mais nomes de pessoas maravilhosas, que lutaram contra o terror nazista, pessoas que salvaram e aliviaram tantos sofrimentos, porque seria longa fila de nomes. E aqui neste espaço já li muitos artigos especificando o que foi o terror nazista.

Portanto, eu só queria dizer que apareçam pessoas bastante más, provocando tragédias, colocando multidão em sofrimento  atroz, mas sempre existirão pessoas iguais à Luba e tantos outros anjos de bondade, aliviando, sendo o bálsamo e cicatrizando feridas horripilantes de sofrimento intenso!   

 

O natural indecifrável!... (2)

Gente! Queridos leitores, vamos torcer

Logo no final vocês vão entender porque!!!

Depois, é lógico, a conclusão final,

Muito importante, pelo menos aos cristãos!

 

O amanhecer começa com aquele esplendor, a beleza é contagiante o sol espalha sua claridade até além da colina, até os pássaros, variados em cores e também belíssimos,
se aparecesse visitantes extraterrestres, naturalmente vislumbrariam pensando ser o paraíso, as horas passavam e o dia continuava belíssimo, as pessoas passavam despreocupadas, aquelas que não conheciam a história do estranho casarão não sabiam o que era terror.

Há! Aquele casarão tinha histórias, os últimos moradores, uma família de 4 pessoas, pai mãe e  os dois filhos, um rapaz e uma moça, todos jamais esquecerão suas experiências passadas ali, sempre à noite, coisas estranhas aconteciam, fogo nas cortinas, panelas pulando fora da onde estava, gemidos nos cômodos vazios, sombras circulando de relâmpago em qualquer lugar e de surpresa, furos nos armários, nas paredes, o padre foi chamado, opinando ser forças demoníacas, cantos por cantos da casa benzidos,  mas os fenômenos estranhos  continuavam, não houve jeito se mandaram sem ter uma explicação convincente. Esses moradores tinham chamado o padre porque eram católicos, mas outros que foram escorraçados pelos fenômenos chamaram pastores que também concordaram com forças demoníacas, fizeram orações, cultos, mas nada de acabar com os acontecimentos, foram chamados espíritas que tiveram suas hipóteses, tentaram trabalhos, mas nada.

Um psicólogo declarou que conseguiria desvendar este mistério, garantiu que não existe estes fenômenos sobrenaturais, aqueles acontecimentos naquela casa seriam exatamente fenômenos naturais, exemplificou: a telergia pode  ser provocada por  alguma pessoa mesmo involuntariamente, fazer uma imagem chorar, materialização de objetos, etc. etc...
Mas cá pra nós, a crença em almas de outro mundo que muitos acreditam, não chega a ser tão prejudicial, quando a ciência consegue convencer alguém a inexistência de algum fenômeno sobrenatural, pode estar criando um ser materialista e assustado, pois pensar que ao morrer não entrará na outra vida, pode ser assustadôôôr!...

Continuando este caso, pode por muito, mais muito assustador mesmo, porque a vida deve ser um continuar, tinha de ser um continuar, porque este ser humano, um ser complexo, só seu corpo é apenas mais um mero ser vivo, como os animais, os vegetais, o ser humano tem a seu dispor a inteligência, o raciocínio o poder de mudar, ampliar sua vida por causa de seu livre arbitre, a liberdade de crer, desvendar casos que até pouco tempo atrás eram misteriosos, se pensarmos melhor veremos que a vida é curta, por exemplo: nascemos, não somos donos de nós, por causa da dependência, na nossa adolescência nem podemos ter sinal da liberdade, senão aí é que podemos nos ferrar todo, quando nos tornamos independentes, na mocidade ainda, vem as preocupações de como vivermos, luta, luta até a maturidade! Às vezes se consegue a tranqüilidade, às vezes mais intranqüilidade. Mas mesmo assim, aí já é um pulinho para a velhice, novamente repito: às vezes se sente gratificado pelo anos que passaram! Às vezes na falta de lucidez, nem lembram dos descendentes que ficaram!

E num piscar de olhos, vem ela: a morte!...

E depois?!...

Nada?...

Eu torço que sim, muitos também, de haver um túnel, e nem que for uma pequena luz, lá no finzinho deste túnel!!!...

E agora a conclusão final, Jesus Cristo disse:

--- Quem crê em mim, ainda que esteja morto viverá,

Eu sou a ressurreição e a vida!

Maravilha pelo menos para os cristãos: a morte não é o fim!!!

  

Tristeza indevida (2)

 

Queria poder te ver completamente feliz

que os teus olhos não saísse as lágrimas

como as que rolam quando estás tão infeliz!

Ah! Adultos, vós que tanto esgrimas...

Tuas espadas cortam sem a mínima piedade,

vidas destas crianças, seres inocentes e imaturas

que neste mundo complexo lhes dão só maldade!

Meu Deus! Mas por que sofrem tanto estas criaturas?

Essas vidas que das fantasias a elas devidas

o viver já mostra as realidades tão terríveis,

não só nos corpos, mas também almas feridas!

Portanto, a insensibilidade avança avassaladora,

aumenta imensurável, justamente a estes seres,

silenciosos pedem ajuda a algumas almas protetoras!...

mas ainda muitos pequeninos seres ainda padecem,

no seu perambular aparecem incertezas do porvir,

sem ninguém para lhes indicar um lindo horizonte,

eles continuam, tem que continuar sem parar,

e assim continuou a me falar o Padre Heleno,

este sacerdote que agora ampara crianças desamparadas,

crianças que sofrem os horrores do abandono,

a cada um ele dizia: queria poder te ver completamente feliz,

o horror pode ser imenso, pois a negação do amor arrasa,

faz um estrago nos corpos, estraçalham almas,

nesta revelação que o sacerdote santo me revelou,

uma breve confissão, que ele foi também abandonado,

pelo mundo a fora fez seu longo caminho de horrores,

Pergunto-lhe porque agora és bom depois desta caminhada,

--- filho, o sofrimento me fez forte, o amor me tirou as dores,

caminhada de muitos espinhos, mas também de muitas flores!

a imaginar, a tristeza indevida para aquele ser com sua cruz

lhe possibilitou poder espalhar alegrias a outros seres,

incrível, talvez mistério por ele ter transformado em um ser de luz!

 

(Qualquer semelhança, mero acaso! Mas muitas histórias continuam

semelhantes neste incrível mistério de viver!!!...)

 

 

                  Religiosidade

 

Ela começou me contando um fato ocorrido,                                                                                                                                                               quando seus filhos estavam em sua dependência,                                                                                                                                               querem saber? Afinal foram só 16 filhos criados,

naquela época seus trabalhos como eram dobrados,

e esta mulher, ainda de quebra arrumou mais filhos,

filhos adotivos porque a eles ela dava aula de catecismo,

auto se denominava não ser professora, mas sim uma mãe,

mãe que Jesus nominou, ensinar sua história aos pequeninos,

pequeninos? Não, os jovens, até os adultos a procuravam,

quando sentiam alguma dúvida, algumas dificuldades

em saber das coisas divinas, estes mistérios, estas coisas insondáveis,

ela tentava ajudar, ao seu modo mas tentava, explicar,

o teu aprendizado foi mais nas experiências mesmo,

na sua infância adorava estudar, mas mal pode concluir o 2.º ano,

apenas quase dois anos estudando na escola,

gostava muito de ler nos livros da escola que via,

como ela gostava de os ler e principalmente as poesias!

Mas foi só por uns tempos, seu pai não permitiu que estudasse,

tentou lhe incutir na mente que mulher não precisava estudar muito,

ah!  Aqueles tempos de 1920, quantas ignorâncias inculcadas!!!

Ela, sempre na sua decisão nata, na mocidade se apegou à catequese,

Aventurou-se nesta missão, tornou-se autodidata, tornou-se catequista,  

dá pra ver que esta mãe, da casa ia pra igreja, da igreja ia pra casa!...

como eu estava dizendo, de um fato que ela começou me contando:

--- Eu estava na missa, não gostava de sair da igreja antes da consagração,

Mas saí, algo me informava de que eu teria de ir para a casa,

ao chegar na minha casa notei que estava faltando uma das crianças,

imediatamente fui até a mina de água, possuíamos água natural,

um de meus filhos que não sei qual é, estava afogando nesta mina,

calculo que não tinha mais do que 3 anos, quase ele morria afogado!

Eu a interrompo: --- mãe este teu filho era eu, me lembro muito bem,

neste dia ao aproximar desta mina, me escorreguei de ponta cabeça,

já estava afogando naquela fundura de quase um metro,

depois senti que alguém me puxou pelas pernas.

--- Ah! então era você?...

Aí ela terminou o assunto principal, este relato acontecido,

dos teus longos anos de existência.

Histórias, e mais histórias de minha falecida mãe: Maria Vitória!...

 

 

 

      Catador de histórias

 

Ronald, o repórter ávido em querer ouvir histórias, o típico catador de histórias, destes profissionais que fazem aquilo que está em seu sangue, farejam notícias, procuram principalmente remexer fatos que estão inseridos na pessoa humana, sendo os quais as histórias de vida, algumas de magnitude tão intensas, se enquadram naquelas tipicamente especiais, em que o outro ser humano ao tomar conhecimento daquela vida que foi relatada através da história, se compraz, pode exercer nele uma opção de vida, aquela mensagem muitas vezes exercem influências grandiosas,   pode transformar, mostrando que viver tem um porque, não sabemos destrinchar este emaranhado   destas indagações constantes das pessoas:

--- Porque viver?

--- Como viver?

--- O que fomos?

--- Para onde vamos?

---Ao vivermos aqui, quais as nossas funções?

Deparando com tantos porquês, constatamos cada vez mais de que o homem na sua liberdade de pensar, cabe a ele o futuro do próprio homem. As teias que vai envolvendo um ser, se cada um procurar desembaraçar as teias que se entrelaçam no outro, automaticamente estará desembaraçando de si próprio e assim sucessivamente.

O egocentrismo isola o homem dos seus semelhantes. Dá caminho ao ódio, conseqüentemente vem a guerra entre os seres que deveriam viver em harmonia.

A verdadeira doação rompe barreiras do desentendimento, conseqüentemente o Amor florescerá desencadeando a Paz. 

Quantas homens e mulheres com mentes destruidoras que usaram seus poderes para massacrar, destruir física e psicologicamente multidões, mentes que ficaram na história!...

Trouxeram destruições, que até hoje sentimos um arrepio ao pensar que poderíamos ser nós os sofredores nas mãos destas criaturas malignas!

Quantos homens e mulheres que tiveram como meta, ajudar seus semelhantes mesmo doando a própria vida se fosse possível!...

Ao lembrarmos destas pessoas, uma intensa paz invade nosso intimo, destas pessoas tanto as que praticaram maldades intensas  ou as que praticaram bondades imensas, deixaram histórias marcantes, mas e nos dias de hoje, existem pessoas espetaculares? É o que nosso repórter  procura afinal ele é um catador de histórias.  

Ronald, este repórter ávido de querer ouvir histórias, teve uma que o impressionou por completo. É este o seu comentário:

--- Eu já sabia por alto da vida de Padre Jefferson, aquele que se destacou pela sua carreira de escritor, mas que se dedica agora exclusivamente em ajudar pessoas drogadas, aquelas ao entrarem nesta vida, dificilmente encontram sozinha uma saída. Pensei: - tenho de entrevistá-lo, se possível escrever sua história.

Encaminhei ao seu local de trabalho, um lugar bastante retirado da cidade, assemelhava mais um sitio com amplo arvoredo, bastante rapazes trabalhando na agricultura, talvez uma ajuda no combate às drogas. Logo me informaram que Padre Jefferson estava em sua capelinha. Na porta vejo  aquele homem ajoelhado, alto, levemente grisalho, aparentemente não mais de 40 anos, bela aparência, diante dum altar, numa contrita oração. Nos meus pensamentos fiz em questões de segundos minhas análises:

--- Incrível, este homem ter tanta fé, com tamanha cultura e inteligência, mais incrível ainda é o sucesso que ele poderia ter com as mulheres, e abandonar tudo pra ficar num lugar destes com tanta gente problemática. Adiantando a história, logo eu já estava sentado perante ele fazendo várias perguntas, gentilmente me respondia.

--- Minha infância, Ronald, foi dramática! Desde os 6 anos presenciava a violência de meu pai, o alcoolismo fazia com que ele transformasse num verdadeiro monstro, minha mãe era constantemente torturada  por ele, até que nos deixou definitivamente, tinha  meus 8 anos, presenciei minha mãe  na agonia de morte me dizer:

--- Meu filho, eu vou partir, mas lembre-se sempre destas minhas palavras: por mais difícil for alguns momentos que tiveres, mesmo quando parecer sentir que todos te abandonaram, peças ajuda a Jesus, ele tudo pode!...                                                                                                           Ela  sabia que na sua falta, a vida seria duríssima para mim, teria que me virar sozinho muitas portas me fechariam   na cara, Ronald, se endireitou na cadeira e perguntou:

--- Nossa! Padre, desde os 8 anos?

--- Sim, vivi em abrigos, fugia de abrigos, aos 9, 10 anos já era o campeão das fugas. Quantas vezes, nas ruas abandonado, sem nada pra comer, muitas vezes me atiravam migalhas, outras vezes era expulso com palavrões! No frio sonhava, desejava ser um menino, que amorosamente era-lhe trazido pela mãe, pelo menos um delicioso chocolate quente!

Ao caminhar por aqueles caminhos incertos, desprezado, chorava, lamentava ao ver meninos alegres despreocupados acompanhados de seus pais, indagava e na revolta reclamava de ser tão infeliz.

Um dia, meu amigo, já era noite, a tempestade era iminente, eu sem nada com fome intensa perambulando pelas ruas, de repente a grande chuva caía torrencialmente,  corri para debaixo da ponte, o único lugar talvez o mais apropriado na mente de um atormentado menino, foi o caos, naquele lugar fétido, com frio completamente molhado, parecia que ia morrer, na mesma hora me lembrei dos conselhos de minha saudosa mãe, ali mesmo fiz questão em ajoelhar e pedir:

--- Meu, Jesus, meu Jesus , me proteja, tenha pena de mim, não tenho ninguém, mas sei que tenho você!...

Adormeci, no outro dia estava num abrigo, com roupas secas e limpas. Tive um bom preparo naquele lugar, onde permaneci alguns anos, mas depois meu temperamento explosivo me levou para as ruas novamente, em plena adolescência estava em no meio da marginalidade,

Só não matei, mas os roubos as drogas eram meus companheiros de sobrevivência. 

Novamente no desamparo com 14 anos completamente desamparado, amparado apenas pelo mundo com seus vícios, os tentáculos do mal pareciam me envolver definitivamente. No negrume de uma noite, após eu e vários meninos, alguns mais novos outros mais velhos, depois de um roubo, uma caçada policial, foi terrível nesta fuga fomos abatidos como se fôssemos animais, vi alguns meninos caírem ensangüentados, logo chegou a minha vez, sentia algumas balas se encravando em minhas carnes, desesperado novamente lembrei das palavras de minha mãe, fiz um apelo a ele novamente:

--- Jesus, me proteja, eu quero de agora em diante seguir os teus caminhos de luz! Não me abandone meu Senhor, meu Deus e meu Salvador! Novamente apaguei, me despertei em um hospital. Depois  colocado em um reformatório, por incrível que pareça, fui adotado, um adolescente problemático, meus pais adotivos me ampararam, me amaram de verdade.

Hoje, meu amigo, estou aqui seguindo o caminho de meu mestre e Salvador, Jesus!

Procuro tirar aquelas teias que se embaraçam em alguns de meus irmãos, aqueles que eu conseguir orientar, ajudar a deixar este vício terrível e depois quem conseguir sair possa ajudar seus semelhantes e assim sucessivamente.

Esta era mais uma das histórias que aquele repórter iria colocar no seu jornal, ele apostava que seu diretor, iria deslumbrar!...

(mas espere aí, se você leitor dizer que conhece este Ronald, com esta história incluindo Padre Jefferson e tudo, é pura coincidência, histórias boas e ruins sempre se repetem!...)

 

Ah! estes americanos!!!

 

Ele estava na fila, era um mundaréu de gente,

este  personagem, pensava:

--- filhos da mãe! vocês ainda me pagam!...

como eu fui dar uma bobeira dessas,

deixar me pegar, ou melhor deixar eles me matar,

até parecia que eu era um principiante do terror,

ah! mas se tiver mesmo encarnação,

quero ser um antiamericano,

se tiver mesmo encarnação

quero ser um antiamericano!

Os que estavam atrás dele falavam:

--- mais um poeta? Ele parece que está recitando!

Os que o reconheceram explicavam em cochichos:

--- Poeta? Não, você não o está reconhecendo? Ele é o...

--- Nossa!... Este cara vai levar aquele lava cara do homem,

outro dizia: --- se esse barbicha passar conseguir entrar,

aí então eu também entro fácil, e olha que já fiz tudo de ruim,

ele não pode ser absolvido, porque Sadam foi condenado,

 não tem jeito nem de fazer a conta dos maldosos que caíram,

o homem, que na terra não levava desaforo para casa,

responde encolerizado, aos fofoqueiros: --- vão pros quintos dos infernos!

E recebem várias respostas em coro: --- é pra lá que você vai, barbudão!...

ele chega perto da mesa onde estava um dos chefes decidindo,

decidindo quem ficava e depois ir para o paraíso

e decidir o destino daqueles que se mandavam para o abismo,

pro homem não teve nem julgamento, o carma dele estava visível,

um vento muito forte, o arremessou para aquele lugar terrível,

lá um dos recepcionistas entra correndo apavorado gritando:

--- Chefe, chefe! Ele acaba de chegar!...

--- Ele, quem?

--- Bin Laden!...

--- Essa não!... Ah, estes americanos! Me mandam cada um!!!...

 

 

                 A luta

 

Ele olhava ao redor e só via nas pessoas a figura de monstros,

caminhava cabisbaixo, de vez em quando as lágrimas caiam,

não tinha mais noção se um dia teve momentos felizes,

era um garoto que já ia entrar na adolescência, se abominava,

retorcia de lembrar que um dia tinha nascido,

repugnava tudo de si, os sofrimentos sempre o atormentava,

seu nome? Recusava dizer, recusava pensar um ser humano ser,

o garoto maltratado, no seu nascimento foi jogado fora,

foi atirado no lixo, só de lembrar, ele por estes caminhos chora!

Se ele via nos adultos só monstros, então ele também deveria ser,

no embalo da vida em violência, nada ninguém poderia o conter,

na luta do seu viver, ele teve caídas porque não tinha como vencer,

maltrapilho no corpo, maltrapilho na alma, à vezes nem um pão,

nada que lhe pudesse pelo menos matar a grande fome,

dizia: ninguém para me tirar esta solidão que me consome,

de muito pensar ele lembra que teve alguma felicidade,

no seu caminho de amargura, encontrou criaturas angelicais,

nos momentos em que precisava encontrava alguma bondade,

no balanço de sua vida, teria que firmemente escolher,

dois extremos, a bondade e a outra seria a maldade,

o incrível acontece, aquele menino  triste, desprezado,

por opção escolhe o caminho maravilhoso da bondade,

as pessoas que permaneciam com ele talvez não percebiam,

o mundo em si, incapaz de imaginar

que nascia um novo ser inebriado na luz,

os monstros que o atacavam, foram vencidos

o mal foi anulado, agora só o bem o conduz,

ele não espalharia atrocidades, tristezas intensas,

a luta, a terrível luta aguerrida e agora só felicidades intensas!...

 

 

  

    Histórias do sertão

 

Aquela casinha bem pobre, pequenina que se vê ao longe,

lugar quase desértico e triste, onde existe o abandono,

parece que a natureza ali, castiga aos que teimam em ficar,

não só os humanos, os vegetais secos, os bichos sem onde morar,

os animais estes outros seres esquálidos permanecem tristes,

dos habitantes que teimam em ficar, foram os velhos as crianças e suas mães,

mães que não puderam sair para o acaso da vida,

permaneceram ali, pra tentar um jeito nesta luta renhida,

ah! Estas mães, que pelos filhos se apegam,

criaturas que ficaram naquele sertão sem belezas,

será que um dia, depois de tanta luta, do solo virão as riquezas?

E naquela casinha bem pobre, pequenina que se vê ao longe,

mora D.ª Maria Joana e sua filhinha Maria Beatriz,

Beatriz com seus 9 anos, volta da escola mais uma vez,

D.ª Joana vai perguntando o que na escola ela fez:

--- Mãe, aprendi que no Brasil tem tantas riquezas!

Porque nós neste sertão, quase sempre não temos nem pão?

Filha, um dia talvez teremos riquezas e belezas no nosso sertão!

Esperanças que ainda não faltam, naquelas mães do sertão.

 

 

 

     Uma dose de carinho

 

Quando o ser humano se prontifica em doar-se, desprendendo de seu bem estar,
para dedicar-se aos outros nem que seja apenas dando uma dose de carinho,
poderá estar fazendo alguém imensamente feliz!...





Neste mês de fevereiro, muitas crianças de volta às aulas, me lembrava dos meus 7 anos, entrava no 1.º ano, e lá se vão 57 anos!...
Mas então eu com meus 7 aninhos estava indo com minha mãe à escola, no caminho ela dizia: -- procure prestar atenção no que a professora ensina, tente ser obediente, porque é importante saber ler! Eu indiferente pois nem estava sabendo desta mania de estudar, saber ler!... Era muito melhor correr pular pelo imenso pasto em contraste com nossa pequena casa de apenas 3 cômodos, naquela imensidão de terras emprestada por um fazendeiro amigo, onde ele deixava seus animais completamente livres, o gado, cavalos que deliciavam no imenso capim verde, quando o caminho estava livre eu pulava o cercado em volta de casa e também ficava solto naquela imensidão!...
Chegando na escola logo fui encaminhado para a minha classe do 1.º ano, muitos colegas na sala, nem uma carteira ficou vazia. a professora se apresentou chamava-se D.ª Maria do Carmo a sra. de vinte poucos anos talvez, era meiga de voz suave, eu todo empolgado, porque cada aula pensava que se dirigia somente a mim, cada exercício era só elogios, cada prova um 10 ... 10 ... ia ficando cada vez mais maravilhado com a bondosa, prestativa e sabedora de tudo da querida primeira professora, sem exagero pra mim era um paraíso, a mestra comparada a um anjo, tal era o magnetismo que me exercia, e hoje concluo também com muitos outros colegas de outrora.
Os dias foram passando, o fim do ano ia chegando, os comentários: no próximo ano será outra professora!... Eu achava inadmissível, como seria possível a D.ª Maria do Carmo nos abandonar? Minhas notas nas provas foram caindo só 9 ... 9... Enfim chegou o fim do ano, termina as aulas, no ano seguinte já estava no 2.º ano.
No primeiro dia de aula, uma desilusão incrível, outra professora!...
A nova mestra eu não me lembrava, nem como se chamava, mas não sentia o carinho nas suas palavras, nos seus gestos, (talvez apenas intuição de criança, na mudança que pra ela era crucial) os dias sentado na carteira pareciam tristes e intermináveis, o olhar indiferente ao quadro negro, não assimilava quase nada, principalmente da dificílima aritmética.
Eu lembrava do dia em que disse:
-- Na escola eu não vou mais! minha mãe relutou:
-- Você vai! insisti, teimei, ela já estava preparando a vara, eu sem opção disse:
-- Já estou indo
-- Agora pra segurança eu vou te levar até à escola, fala energicamente e decidida minha mãe.
Raciocinei rápido naquela hora, ia correndo, imagine chegar com a mãe pronta pra Me bater? Até hoje eu não sei explicar, mas chegando lá, acabei de sentar ofegante na minha carteira, mamãe também acabara de chegar!
Mas o menino que se empolgara tanto no 1.º ano, por causa do grande amor que a professora dedicava aos alunos, tanto que ele assimilava com satisfação as matérias, agora estava completamente deslocado, no 2.º ano estava sendo um fracasso, repetiu 3 vezes, não sei como consegui passar pro 3.º ano, que também foi uma sucessão de desinteresses.
Com tanta insistência de minha mãe eu conclui a 4.ª série depois a admissão de acordo com aquela época, escola já não freqüentava mais, entretanto quando ao aprender a ler era fascinado em ler revistas em quadrinhos, gibis, às vezes temeroso, porque em quase todas estas revistas estava escrito: para maior de 13 anos! A tentação era mais forte lia depois confessava ao padre encarregado do catecismo. muitas vezes lia algumas revistas que a recomendação era: para adultos! Nossa eu pensava, que tamanho de pecado vou ter de confessar? mas lia assim mesmo, mas não era revista erótica não, era algumas revistas de histórias inocentes de amor ou revistas de terror. Eu ficava aliviado quando lia algumas revistas de histórias de santos, nessas e nas revistas infantis estava escrito: para todas as idades, aliviava um pouco a minha consciência.
Longe da escola embora adolescente mas precisava trabalhar, entrei no emprego pra valer mesmo pois foi até me aposentar, uma gráfica da cidade onde era também o jornal mais importante da cidade, continuava em companhia das letras, dos artigos, dos variados impressos, quando me dei por conta já tinha passado o tempo, vinte e poucos anos, reclamei, meu Deus! Eu podia ter estudado mais!... Alguém me falou: -- porque você não entra na escola noturna? Sem vacilar eu fui, 1.º 2.º 3.º e 4.º ginasial conclui com satisfação, depois a opção teria de ser contabilidade ou científico (de acordo com a época) optei pela contabilidade, apesar de não praticar e possuir só teoria, porque continuei até aposentar na gráfica.
Depois, eu queria poder escrever, 1.º Supertexto, depois o Recanto das Letras, agora o também o encantador Mural dos Escritores, e também Depressão e Poesia.
Depois?... Ah! Aí são outros pedaços de minha história, e outros pedaços que não contei lá atrás, mas que pra mim são importantes também como as lembranças de meu 1.º ano, doses de carinhos às vezes são difíceis de esquecer, também nos ajudam a gostar cada vez mais de viver!...

15 de outubro de 2010,

mas vale a pena relembrar, agora em 15 de abril de 2011, comentar que uma dose de carinho pode ser inesquecível!...

 

Havia dor intensa

 

Eu vi o sofrimento em seu rosto,

a jovem naquele instante não conseguia esconder,

mas seu relato era o meio de desafogar suas angústias,

o seu viver tinha sido por demais dramático,

dramas ininterruptos fizeram parte de sua vida,

em cada estupro seu corpo sofria torturas,

sua alma parecia perder a fé no amor,

o sentimento da bondade também queria se esvair

para o sentimento da maldade apoderar-se desse ser,

a passividade também queria deixá-la

porque a brutalidade humana sempre lhe atacava,

o sentimento da vingança sondava seus pensamentos,

dalí em diante, dilaceraria almas também?

Absorveria as malícias mundanas existentes?

Tentaria viver as paixões avassaladoras,

que o mundo tenta mostrar impondo a cada instante?

Mas se ocorre o contrário, só pode ser inspiração divina,

a reserva de amor existente em seu ser revigorava,

cada sofrimento dos outros presenciados, sua alma chorava,

pensamentos de vingança, como por mágica desapareceram,

naquele instante no seu semblante havia felicidade,

seu propósito era só amar, só procurar ajudar o semelhante,

o seu livre arbítrio aderiu o verdadeiro amor,

que lhe inundou de paz, tornando sua vida deslumbrante!...

 

 

 

 

 

        Ingratidão de um SER

 

 Ivan, o moço forte, atraente, expansivo mas insatisfeito com as coisas que pareciam não dar certo com sua atribulada vida, pareciam para ele, mas se nós analisarmos bem veremos que ele está chorando com a barriga cheia, de acordo com o ditado popular, ele é um pugilista, apesar dos seus 30 anos, foi vencedor de quase todas as lutas, nas três últimas lutas que em uma teve empate técnico, na outra ficou indefinida, confusão na hora da decisão e na última ele perdeu, foi quase a nocaute, nestas lutas o dinheiro não foi aquilo que ele esperava, mas possuía muito dinheiro no banco ainda.

Na nossa vida, sempre tem uma hora que nos mostra alguma coisa de que precisamos, muitas vezes não notamos, mas são as oportunidades de nos precaver, de nos compreender aquilo de que precisamos  para pelo menos reorganizar o caminho de nosso viver.( apenas uma breve análise do escritor!...)

Depois desta interrupção, vamos de novo à nossa história.

Então, Ivan, entra numa linda praça de uma imponente catedral, dá a impressão de que algo lhe diz:

--- Entre, aqui poderás fazer tua reflexão!...

Ivan, o moço encabulado, sentindo-se o mais injustiçado do mundo atende ao apelo interior, senta num banco, depois que nota da presença de um homem, não era velho, mas talvez aproximava de seus 40 anos, é! Com esta idade hoje em dia, pode-se dizer que era um moço, estava bem trajado, de óculos escuros, com um certo ar de imponência, parecia um observador daqueles autênticos  mesmo, parecia também que analisava cada detalhe, com seu olhar centrado mas que notava tudo em volta. Ivan preparava para se levantar e procurar outro lugar para ficar com suas lamúria, pensa um pouco e resolve ficar, o estranho não inspirava desconfiança, alguma coisa nele dava uma certa acolhida, Ivan, como também  era extrovertido, gostava de desabafar, ainda bem porque ele punha para fora o que incomodava, ou achava que incomodava, logo puxou conversa:

--- Tá pra lá de ruim, cara, o todo Poderoso lá em cima não está sendo legal comigo, veja só, nada ultimamente está dando certo comigo, (e conta sua história, pugilista, ganhador de várias lutas e aí se vai...)

Esta última luta eu a perdi, milhares de reais deixa de entrar nos meus bolsos!

---mas e os que ganhastes, os milhares ainda não estão em teu poder? Comenta o ouvinte.

--- sim, mas eu preciso de muito mais, estes milhares que estão em meu poder, não me satisfaz, tenho muita coisa pra fazer, tenho de ter muita grana pra gastar, daqui um pouco vou me considerar um pé rapado!...

--- Pé rapado, com tanto dinheiro e ainda tanta saúde!...

--- Ah! meu chapa, até parece que você contenta com o que tens, porque aparentemente pareces bem, até parece que você vê tanta maravilha neste mundo! Debocha , Ivan, (ele era debochado mesmo, talvez pelo seu porte físico de impor respeito!)

---Ah! As  belezas desta vida? Sinto sim, meu amigo, sabes que  quando estou passando perto de algum arvoredo, consigo distinguir cada flor pela sua essências? Consigo escutar, absorver do cantar dos pássaros, as orquestras magistrais, que maravilha, cara! O estranho comenta extasiado!

Então neste momento, Ivan eleva a voz:

--- Não, eu não vou nessa não, vais me desculpar, não estás sendo sincero, duvido que a felicidade para você é só isso, eu pelo menos te garanto que sou sincero, falo olhando nos olhos das pessoas , pois os olhos são os espelhos da alma, e tu ainda não falou olhando para mim, (com ar de brincadeira, mas foi assim mesmo que Ivan falou).

O estranho se levanta calmamente, pega sua bengala, que até aquele momento estava de um lado   sem ser percebida e fala:

--- Meu bom rapaz, não posso te olhar nos olhos, pois eu sou cego!!!...

 

    Os órfãos

 

Naquele dia pra elas deveria ser um caos
aquelas quatro crianças foram desamparadas,
estavam todas à espera de quem fosse ampará-las,
o abrigo as protegia, mas faltava algo importante,
alguém que estivesse disposição de amá-las
sem trocas sem favores apenas um lar aconchegante!
Eles estavam à mercê da disponibilidade humana,
talvez  ainda tivessem a oportunidade de ser felizes,
ou pelo menos terem fantasia que toda criança deve ter,
porque até aquele momento a vida lhes era muito cruel,
mas, meu Deus! O menino de apenas nove anos,
o outro com oito, a menina com seis e a outra com quatro,
ainda tinham muito que viver, deveriam que ser amados,
usufruir o que a vida tem de melhor, tendo os cuidados necessários,
todas já tinham passados por experiências amargas,
a iminência de tornarem criaturas infelizes estava por um fio,
um indelével ar de revolta já podia ser notada no olhar dos mais velhos
e uma melancolia indisfarçável no semblante das mais novas,
apavorados, indecisos esperavam pelo pior, dalí para frente,
no momento a vida estava péssima, mas tinham uns aos outros,
existia o amor de irmãos, aquele elo os mantinha unidos,
o perigo de serem separados era evidente, que aflição naqueles rostinhos!
Naquele abandono insensível, eles sentiam-se desprezados,
A qualquer hora poderia chegar casais para escolhê-los,
quase impossível assumirem os quatro, o máximo seria um deles,
os responsáveis pra resolver dentro da lei estava cuidando das suas vidas,
os entregaria a quem tivesse condições de protegê-los ,
e naquele dia os quatro estavam esperando a resolução final,
um casal escolhido viria vê-los, para ter a guarda e responsabilidade,
quem sabe algum daqueles pequenos, ou todos eles, em oração silenciosa
apelam a Jesus: --- não deixe que nos separem, por favor!...
Chega o momento, entra o casal esperado naquele recinto,
eles não tinham filhos naturais e apesar de novos jamais poderiam tê-los,
mas qual surpresa maior, queria realmente tomar conta dos quatro,
pediam insistentemente ao Nosso Senhor Jesus, o filho esperado,
num sonho maravilhoso, um deles teve a maravilhosa revelação
não teriam um filho somente, mas sim teriam quatro,
o casal bondoso foi contemplado e os quatro graças a Deus tiveram proteção!...


 

 

A essência do Cristo

 

Seu viver era simplesmente um perambular incerto,

parecia não entender nem dar conta de seus fenômenos,

procurava não alardear seus feitos, muito fenomenais,

as crianças ao vê-lo sentiam-se como se hipnotizadas,

consta até que com simples toque de afago, as acalmavam

fazendo-as parar até mesmo de seus choros compulsivos,

assim aquele rapaz se misturava na multidão dos mortais,

tem mais o magnetismo não era só nas crianças, também nos animais,

os adultos respeitava sua autoridade, seu modo de líder nato,

mas começavam algumas críticas, os pontos de vista do jovem atropelava muitos,

os seus magníficos feitos não eram levados em consideração,

seus poderes extraordinários tinham muita ponderação:

mágica, um paranormal qualquer, ou simplesmente charlatanismo,

falso profeta, anticristo, homem com poderes do espírito do mau,

eram o que seus opressores argumentavam sem pestanejar,

qualquer igreja ele não estava apto a pertencer

pois sua dialética era estranha, diferente da do meio,

feria os regulamentos, não poderia se relacionar com os adeptos,

as leis dos homens começavam a incriminá-lo julgando-o, agitador,

ele foi subjugado, massacrado, sucumbindo pelo julgamento humano,

acarretou uma morte, prematura cheia de sofrimento

os ataques lhe feriram fundo, estraçalhou sua alma,

apesar de tua inteligência rara, teus poderes acima da média,

no término de sua vida esteve só e muito infeliz!

mas depois, novos julgamentos humanos,

concluíram que o jovem não podia ser do mau,

pois nas suas curas, não curou só os corpos, mas também, almas

portanto mesmo não sendo o Cristo, mas teve a sua essência!...

(qualquer semelhança é coincidência, mas muitas histórias humanas são semelhantes,

em algum lugar pode haver pessoas com essas essência maravilhosa do Cristo!...)

 

 

 

          A guerreira que se definha!...

 

Foi na década de 1920, ela menina, preparava para a Primeira Comunhão, no catecismo não esquecia aquelas abençoadas palavras: perdoar sempre, amar os semelhantes, então naquele momento solene em que ia receber a 1ª Eucaristia, lembrou-se que algumas colegas tinham criticado por não estar de véu e grinalda naquele dia importante. A raiva e humilhação lhe subiu à cabeça, pois os trajes não estavam adequados porque ela era a mais pobrezinha da turma, não sendo possível ir com os trajes exigidos.

Mas naquela hora, que pra ela foi inesquecível, momento de receber pela primeira vez o Jesus Eucarístico, uma áurea de paz tomou conta de seu ser, pediu perdão em silêncio e fez a afirmação: --- que eu viva muitos anos só amando a Jesus!

Dali por diante o valor da vida espiritual foi aumentando na mente daquela criatura que apenas despertava nas complicadas explicações de viver. Os muitos desejos que no passado não se realizaram, já não a atormentavam tanto, como a vontade de continuar os estudos, interrompidos logo no 2.º ano na escola, seu pai, homem prático no dizer daquela época, tirou-a da vida escolar, simplesmente por concluir que mulher não necessitava estudar muito, ah! A vontade de continuar ler as leituras, decorar poesias muitas vezes declamadas com sucesso, também interrompidas.

Mas, entretanto, o viver tumultuado ia continuar, com seus 14 anos sua mãe arrumou-lhe um casamento, o noivo, meu pai que já era mais maduro, com seus 18 anos casou-se com minha mãe, lógico que não estava preparada nem um pouco para a vida de casada, ainda mais naqueles tempos!... Foi um verdadeiro furor, os anos foram passando, os filhos foram surgindo, dificuldades de todas espécies, inclusive a financeira, mamãe que ainda nutria grande interesse de seguir a vida religiosa, almejava ser catequista, tinha a nítida certeza de ser impossível, porque se não estudou muito, como poderia ser professora de religião?

Mantinha contato com alguns Padres, inclusive com muitos frades franciscanos, um dia relatando a um deles sua vontade, veio a resposta inesperada: ela poderia e deveria ser catequista, desde que se esforçasse com rigor no aprendizado tão divino e magnânimo. O resultado viria depois, porque era notório a sua coragem, inteligência, capacidade incrível de liderança e disponibilidade apesar do grande trabalho no lar, que nestas alturas já tinham vários descendentes.

A luta remida,  avançava, muitos alunos no catecismo, muitas Primeiras Eucaristias por ela encaminhadas, muitos teatrinhos eram por ela dirigido, nesta altura já tinha adquirido bagagem suficiente naqueles trabalhos que tinha proposto fazer, tornou-se uma mestra autodidata.

Depois de muitas décadas nestes trabalhos tão gratificantes, ela foi obrigada a interromper, meu pai veio a falecer aos 51 anos. A catequista devotada, troca os trabalhos de catequese pelos trabalhos remunerados para a sustentação dos filhos menores.

E assim foi por muitos anos na labuta, até que controlada a situação volta aos trabalhos religiosos novamente, intercalando catequese, serviços na igreja, serviços em casa.

Hoje com 98 anos, a guerreira se retrai, já não está lúcida como há poucos tempos atrás,

mas a lucidez vem alternadas, palavras de fé ainda sai de seus lábios, defensora  aguerrida da religião continua a ser, as lutas ainda tem muitas vitórias da minha mãe:

Maria Vitória!...

(E quantas histórias ainda!...)

 

23/04/2009

                             Depois no dia 14/08/2010, ela esta guerreira falece!...

 

O menino mendigo


Moço me dá um dinheiro,
preciso comprar alguma coisa pra comer,
suplício de um menino, talvez de oito anos incompletos,
sentado pelo lado de fora de um supermercado.
A cada transeunte é inquirido o mesmo apelo,
aquele brasileirinho de cor bronze, bastante insistente,
pensei: é o retrato de nosso Brasil cheio de contraste,
contraste na raça, cor, na religião,
diversidade também daqueles que tem muito e outros não têm nem pão!...
aquela criaturinha tinha o olhar vivo,
o seu sorriso era  um tanto maroto,
mas estava ali à mercê da sorte,
desde os míseros trocados, até dos maus tratos,
estava jogado, abandonado pelos pais,
pois ao invés de  naquela idade amparado estar
no aconchego, com a proteção de um lar,
estava ali na ânsia  de ganhar esmolas,
para talvez adquirir apenas algumas balas e doces,
oh! Deus, sendo assim, a fome muitas vezes seria iminente,
diante daquele local, um oásis  de alimentação!...
E, aí novamente: me dê um dinheiro,
olhar severo de alguns, palavras ofensivas de outros,
o desarmam por uns instantes, poucos momentos,
pois a sua capacidade nata de pedir impulsiona-lhe novamente.
essas histórias que se repetem, conclusão logo chega,
por este Brasil a fora, quantos brasileirinhos pedintes desassistidos,
sem direito a uma alimentação adequada\
e talvez jamais a uma justa educação!
Brasil! Meu Brasil de muitas riquezas,
mas ainda com infinidades de pobrezas,
e de incontáveis belezas,
onde muitos de seus filhos ainda padecem,
nas ruas ou nos lares,
completamente infelizes, num paraíso que tu deverias ser!...

                                             08/11/2007

 

    A vida

Um cientista  queria desvendar a vida,

procurava, indagava e como pesquisava,

na ânsia de saber, incrivelmente não conseguia,

sua mente um embaralhado de formas,

nas equações, na incrível matemática exata,

nem no sonho desvendava esta empreitada louca,

das células formadas, um emaranhado e tanto,

cópias reprodutivas se formam intensamente,

vem uma coordenação perfeita, incessantemente,

durante a vida as belezas se avolumam,

os vegetais, os animais, vidas incessantes,

o ser humano, que vida tão deslumbrante!

Depois, vem a morte, tudo se acaba?

Não, nada se acaba tudo se transforma,

Ele se exalta dizendo em grande lamentação:

--- Não deveria ser só transformação, e sim continuação,

Continuação das idéias, um eterno continuar dos anseios,

onde a vida desde o raiar do sol, pudesse nos proporcionar,

permitissem aos humanos uma grandiosa energia,

nestes humanos estes fantásticos seres,

porque o término numa morte, transformando os corpos,

transformando-os numa massa horripilante e nojenta!

As respostas não se enquadravam, o cientista se desesperava,

corpo já quase em frangalhos, a mente quase nas raias da loucura,

porque viver, o que agradaria os Céus, ao Criador?...

Cansado da luta, convém dizer da luta renhida

se envolve num sono profundo e sonha este cientista,

ah! Sempre nos sonhos, os  humanos recebem revelações!

No sonho ele reparava num homem maltrapilho,

o homem estava sujo, caminhava tristemente à esmo,

este homem depois de um longo caminhar entra numa igreja,

era uma Catedral linda, destas que no interior parece o Céu!

O homem meio receoso, entra no templo, o cientista observa,

constata que aquela criatura triste não estava embriagado,

dava pra perceber que ele era uma pessoa instruída,

muitos o repugnavam, talvez até o expulsaria dali se fosse possível,

ele estava no fundo do poço, tristemente lamentava:

--- Ficarei aqui atrás, Senhor, sou um pecador miserável,

pois não sou digno de entrar na sua casa!

Dava pra notar os olhares inquisidores dos “fiéis”

pareciam que viam bem no interior do visitante ocasional,

viam os pecados, todas as suas faltas feitas em toda sua vida,

e o homem infeliz repugnava-se de si mesmo, insistia no perdão,

ele pelo contrário não via faltas nas muitas pessoas dali,

seu olhar era de admiração, além de pedir o perdão para si

intercedia a Deus, proteção a todos que estavam ali,

o cientista naquele instante, no incrível sonho parecendo real,

compreendia embevecido o valor inestimável da doação,

o ser humano quando deseja o bem ao seu semelhante,

ele se entrega de corpo e alma, quando intercede proteção,

germina a semente belíssima do amor nesta intenção,

então assim este ser agradaria aos Céus, ao Criador!...

 

 

                 O verdadeiro amor cristão

 

Era uma tarde triste, o ambiente estava carregado naquele país em conflito, o grupo do Padre Hernani estava tenso, cristãos e intensamente perseguidos por serem de religião minoria, estavam pesarosos com a sorte, durante o dia muitos atentados seguidos de morte, perseguições políticas, perseguições religiosas, aquele país estava em alvoroço.

Padre Hernani, o bom padre brasileiro, ofereceu-se como voluntário para espalhar a boa nova naquele país, no período de 2 anos permanecendo ali, sofreu o diabo com as incompreensões radicais, o radicalismo era acirrado, principalmente com os cristãos. E ainda mais, as incompreensões não era só da religião predominante no país, mas sim, entre católicos e protestantes. Ainda bem que Padre Hernani já estava bem calejado, jovem forte, com seus 32 anos ainda estava no auge, tanto físico como no psicológico, na sua autêntica característica de saber dialogar, mantinha boas relações com outros credos, salvo alguns imprevistos.

 Num debate que teve com um grupo não cristão, acusando o cristianismo de ser liberal e ter entre seus seguidores que cometem muitos erros, entre eles defendendo até o adultério, incentiva nas maiores confusões. Padre Hernani com toda sua sabedoria disse:

---Nós seres humanos somos imperfeitos, por isso somos pecadores, o cristianismo defende a tese de evitar o pecado, o amor entre as pessoas não deve se esmorecer, se acontecesse de vocês pegassem alguns de nós cristãos e matassem na maior crueldade, os sobreviventes de maneira alguma deveria odiá-los, do contrário tornaria um círculo vicioso, em vez do perdão a desforra!... Daí a grande necessidade de amar sempre, praticar aquilo que o nosso mestre determinou, “perdoar não sete vezes, mas sim, setenta vez sete!”

Certa ocasião, uma igreja Protestante foi totalmente destruída, o Pastor desolado não tinha como fazer os cultos marcados, Padre Hernani cedeu prontamente o templo para realizar-se o ato religioso evangélico. O bispo ao tomar conhecimento deu aquela puxada de orelha no Padre, mas este prontamente explicou:

--- Mas, Senhor, eles também amam imensamente o nosso mestre Jesus e são seus seguidores também!...

E assim este bom Padre ia conquistando verdadeiras amizades e por isso mesmo muito admirado  por muitas pessoas. Mesmo assim corria risco de ser morto a qualquer momento, porque a coisa ali não estava para brincadeira. O pedido de seus superiores era que ele voltasse ao Brasil urgentemente! Isto era a principal causa da tristeza dos fiéis, os cristãos da igreja do cativante Padre, houve até alguns que se desesperavam, nem queriam pensar na possibilidade de sua ausência, mesmo assim providenciaram a despedida.

No dia, a igreja estava lotada! Depois de muitos discursos, choros incontroláveis, chegou a hora de Padre Hernani falar:

--- Meus amigos, e com certeza irmãos também, vou lhes confessar a minha decisão, não chega a ser uma desobediência aos meus superiores, mas eu decidi   ficar, continuar esta minha missão! Houve muitos mais choros, mas desta vez só de alegria!...

(O ser humano é incrível, um ser com individualidade diferente, mas também suas histórias podem ter semelhanças incríveis, portanto qualquer semelhança nesta história, é a mais pura coincidência!)   

 

 

O condenado

 

Ele estava à espera da morte, seus crimes tinham que ser justiçados,

seu apelo era dramático, pois ele também era uma vítima!...

 

 

Desculpa, mas eu te espero, eu te peço,

queria que não houvesse mais a maldade,

sim, sei que é impossível, pois ela é poderosa,

mas se fosse possível as crianças não a absorvesse,

as que estão nascendo, ou as que vão nascer,

se elas já nascessem com o antídoto poderoso,

este amor vosso tão poderoso e infinitamente magnânimo

se fizesse uma capa que as protegessem do mal que está à espreita,

porque as crianças nascem tão puras, de vida para ser tão bela,

hoje estou vendo o dia tão belo, o sol com todo seu esplendor,

cada flor, cada animal cada ser vivente tão naturais,

consigo mentalizar a beleza da noite enluarada estrelada,

admirando as constelações, de tamanho descomunais,

como nós humanos deveríamos aproveitar cada momento

deliciar-mos com as belezas existentes criadas pelo nosso Deus!

nesta vida o homem tem a capacidade de encontrar a felicidade,

as crianças, criaturinhas indefesas elas são manchadas na sua pureza

a maldade dos adultos as atinge de maneira descomunal,

que maravilhoso se lhes fosse preservada a bondade,

entendo naturalmente porque o nosso Senhor Jesus afirmava:

“não escandalizeis as crianças”, estes anjos não devem ser manchados,

mas agora para mim é tarde, não, perdão meu Deus, consegui arrepender,

que pena!... Só agora conseguir vislumbrar com tata coisa...

Este viver, como pode ser deslumbrante se usarmos a honestidade e bondade!

porque não fui preservado na minha tenra infância?

Não cometeria as barbaridades, coisas monstruosas que fiz

de anjo me tornei em monstro do mal,

agora estou caminhando no corredor da morte,

dentro de instantes estarei morto, ou quer dizer assassinado,

não sei ainda, confundo com tanta coisa deste mundo complexo,

assim como aquele malfeitor naquela cruz, em seus últimos instantes

te pediu: lembra-te de mim quando estiveres no paraíso,

eu te peço também: salva-me, livra-me dos meus pecados

pois fui uma vítima do mal, mais um ser que não foi preservado,

adeus vida, que salvem mais crianças pra não serem condenadas!...

 

 

 

 

 

 

 

                      A Parábola salvadora

               

Os homens tornaram-se mais sábios, obtiveram grandes avanços na resolução da imensidão dos problemas, mas as verdadeiras respostas e as importantes soluções, estão ali naquele livro sagrado!...

Padre Elias e Pastor Renaut, sentados no banco da praça, conversavam, os dois homens, conforme opiniões de muitos, não tinham nada em comum, apesar de serem cristãos, as duas religiões muito se divergem. Mas contrariando alguns e agradando a outros, eles eram amigos, esqueciam as divergências e praticavam o que realmente deveria ser entre os homens, a amizade fraterna, o amor pedido por nosso Senhor Jesus Cristo.
A conversa se estendia interminável entre os dois religiosos, preocupados com a vida, principalmente dos seres humanos e também de todo sistema regente no universo. Preocupados com a pobreza alarmante tanto a monetária, como também a moral que parece cair vertiginosamente, esses agravantes ocasionando grandes desequilíbrios em toda camada social em todo nosso globo terrestre.
Os dois reconheciam, que a ciência avançou muito de algumas décadas até aqui, possibilitando um avanço esplendoroso na tecnologia e uma grande mexida em tudo, como na área da genética, contribuindo para curar várias doenças que outrora seria impossível, mas essa mexida também pode ocasionar uma desestruturação desenfreada na formação dos seres. As grandes preocupações do momento com os problemas acumulados da vida moderna,ainda poderia procurar refúgio no livro sagrado, a Bíblia, servindo até como cartilha do modo de viver, apesar de existir as sofisticadas e mirabolantes técnicas da ciência moderna... comentavam também, como poderia haver uma convivência harmoniosa entre a ciência e a religião. Quando se falou em religião, os dois tiveram os mesmos pensamentos, no mesmo instante: a harmonia era difícil existir na diversidade de religiões, até mesmo dentro de cada igreja.
Então Pastor Renaut diz:
--- Padre Elias, é melhor nós interrompermos este assunto porque nossa mente poderá se fundir, gostaria de dialogar sobre vária coisas, por exemplo: quais os caminhos da Igreja Católica na direção do novo Papa, Bento XVI, particularmente tenho admiração por ele, pela firme determinação de ser contra vários avanços modernos que muitos acham importante implantar na Igreja, mas tenho medo de seu radicalismo, pela sua afirmação, de que tirando a religião católica, todas as outras são deficientes. Pode ser uma ducha de água fria nos avanços das conversações para uniões de muitas pessoas, que tanto eu e você almejamos. Mas, deixa para lá, queria saber como vai sua paróquia, tua convivência com seu rebanho, sei que és um grande consolador de almas, elas te procuram, algumas até mesmo em grande desespero, fico feliz pelo seu grande zelo apostólico, me diz um pouco de sua vida.
--- Comentando o seu ponto de vista, Pastor Renaut, eu afirmo também preocupar com algumas mudanças na minha igreja, porque se não houver entendimento entre aqueles que se denominam cristãos, o quê seria da união com os outros? Mas, tenho muita confiança neste novo Papa, porque pelo menos para os católicos, os que o elegeram, tiveram a inspiração do Espírito Santo. Quanto àquela sua afirmação das deficiências das outras religiões, foi antes dele ser nomeado. Como Pontífice declarou: para fazer a vontade do Senhor, iria até contra alguns dos seus pontos de vista. Ele possui uma bondade imensa, muita inteligência e grande capacidade de discernimento, e respondendo sobre a minha vida, digo, que apesar de meus paroquianos não serem muitos, porque a cidade é pequena, mas se eu for começar a contar esta minha missão, pode levar horas, dias porque como comentávamos, a diversidade de opiniões são muitas e por causa do livre arbítrio as opiniões sempre se esbarram entre si.
--- Mas e você, Pastor Renaut, sei que também leva muito a sério seu apostolado, amando o nosso verdadeiro mestre, não ficas sempre num mesmo lugar, sempre faz uma palestra aqui, outra ali, me diz também de sua vida!
--- É, Padre, realmente não paro muito, meu jeito é assim mesmo, a rotatividade, servimos o Senhor melhor com o nosso jeito de ser, vou te contar um dos problemas que está me preocupando: tenho de fazer uma palestra daqui a 7 dias, na Igreja de um pastor amigo e já tenho tudo preparado para fazer um comentário sobre a imoralidade, corrupção, e tudo que se relaciona com a malandragem humana, deixarei bem claro a necessidade do crente procurar a santidade, afastar cada vez mais dos pecadores, terem orgulho de congregarem com os irmãos que procuram amar e seguir Jesus Cristo, sendo que sua justiça será implacável com todos aqueles amantes do pecado.
--- Então tudo dará certo não há motivo para preocupações, porque suas palavras serão muito abençoadas pelo nosso Deus!...
--- Mas acontece, meu irmão, sinto que o Senhor mudou totalmente estes meus planos, diz o Pastor Renaut.
--- Mas como! Por quê?
            --- Tentarei fazer uma breve explicação, continua o Pastor: nesta mesma igreja que devo falar, congregava um casal que foi até muito respeitado pelos irmãos evangélicos, mas por ironia do destino, aliás digo, ironia da vida, o único filho, já moço e era freqüentador convicto daquela igreja, enveredou-se pelo caminho do mau e bota mau nisso, pois tornou-se um traficante de drogas das pesadas, suas companhias antes eram dos compenetrados e puros membros daquela denominação, passou a ser de pessoas tão impuras, que manchava tudo em volta. A vida desse moço transformou-se, tornou-se fácil viver dali para frente, a fortuna foi dando salto, pelas incessantes malandragens. O casal até tentou impedir o filho de seguir este caminho sombrio, mas foi incrível, eles embarcaram na mesma onda, fizeram vista grossa, aquela vida majestosa os amparava tanto,  fazendo-os  esquecer os valores cristãos. O óbvio aconteceu: afastaram-se da igreja.
Um dia o castelo daquela família começou a desmoronar, o filho é preso, a justiça dos homens começava a caçada inexorável, a riqueza conseguida indevidamente, acabou-se. O pior pesadelo para o casal, foi quando recebem a notícia de que seu filho detento estava semi-morto no hospital penitenciário, segundo notícia, por motivo inexplicável.
Os pais transpassados de dor assistem a vida de seu filho já em coma se esvair-se completamente!
Em casa, agora residência humilde e alugada, o casal estava completamente pobre, sem nada! Mas então lembram-se de que ainda lhes resta Deus! Ajoelhados, choram, pedem perdão, permanecem algum tempo naquela posição, com os joelhos doloridos, queriam de algum modo, nem que fosse uma pequena penitência.
Já um pouco aliviados, porque sentem-se leves, livres do grande fardo de culpa que carregavam até aquele instante.
Entretanto, restava ainda alguma providência a ser tomada, a volta para a igreja, voltar a conviver com os irmãos em Cristo. Procuram o pastor e falam da firme resolução. O líder religioso diz:
--- realmente acredito no sincero arrependimento de vocês, algumas vezes, fui obrigado a pedir para algumas pessoas a não freqüentarem mais os cultos, por não viverem condignamente. A meu ver vocês merecem voltar ao nosso meio, mas, se voltarem serão repudiados pelos irmãos, eles preferem que sejam expulsos pela indignidade cometida e não sentirem suas presenças no templo do Senhor!...
Pastor Renaut, faz uma pausa e depois fala:
--- Então, Padre Elias, este casal, vai justamente no culto domingo, no dia de minha palestra, se eu falar o que pretendia, esses irmãos arrependidos, serão tão maltratados moralmente e poderiam sentir pior do que aqueles cristãos martirizados nas arenas estraçalhados pelos leões.
Portanto, vou em frente confiante que meu mestre me encaminhará.
Então disse o solidário Padre:
--- Acredito que ele lhe mostrará o caminho, meu amigo, pretendo ir nesse culto, é lógico não por curiosidade, mas sim torcer, até mesmo rezar, para tudo correr magnificamente bem. Até lá!...
Enfim o dia chegou, domingo ensolarado, era uma bonita manhã de primavera, pelo aspecto da igreja evangélica, poderia supor haver uma congregação de membros considerável.
Poucos minutos antes das 9h. Hora de começar, o local já estava lotado, Padre Elias estava num dos últimos bancos, no seu olhar de experiente observador conseguia ver cada detalhe, sentiu um grande clima espiritual, as músicas tocadas e cantadas pelos jovens, acompanhada por muitos presentes eram maravilhosas, tinha a impressão de que não se cansaria  de ouvir aquele louvor, viu seu amigo o Pastor Renaut sentado bem na frente na parte central do templo, estava de frente com os vários assistentes, ao seu lado o Pastor daquela igreja, apresentou-o aos ouvintes, eles estavam ansiosos para ouvir as inspiradas palavras. Começou dizendo:
--- Irmãos, na qualidade de humilde servo de nosso Deus, falarei algumas palavras, referindo ao grandioso amor do nosso Pai Celestial por nós, mais do que nunca devemos amá-lo acima de tudo, também amar nosso próximo e todo o ser humano, este amor tem de ser incondicional. Desejo  pedir-lhes para ter muita compreensão. Muito se tem comentado do casal que por vários anos louvaram o Senhor com vocês neste local, afastaram daqui por motivo já bem conhecido, arrependeram e querem voltar, neste momento aqui estão em real estado de arrependimento.
Mas neste instante, o Pastor foi interrompido pelo grande murmúrio ali dentro, demonstrava-se uma insatisfação geral.o ambiente tão aconchegante e contemplativo, tornara-se sinistro e tumultuado, realmente notava-se um verdadeiro sentimento de rancor e incompreensão com aquelas duas criaturas. Padre Elias, atento observou um homem e uma mulher no último banco, não tinham aparência de velhos, muito tristes, demonstrando grandes sinais de apreensão, pois talvez não tinham esperança do reconhecimento dos amigos, irmãos de outrora. Concluiu  que só poderia ser eles. (um dia soube que foram aconselhados a ficarem bem atrás naquele dia)
Pastor Renaut estando ainda com a palavra pede silêncio e fala:
--- meus irmãos peço àqueles que não aceitam o retorno deles a este recinto levantem as mãos. Foi aquele silêncio por uns segundos, mas logo só se via, mãos sendo levantadas, estava decidido, o rompimento era desejo quase geral.
--- Então, meus ouvintes, vocês que não concordam, consideram-se justos, eu peço humildemente, abram a bíblia em Lc. 18:9-14 e vejam o que Nosso Senhor Jesus Cristo fala para vocês:
“Propôs também esta parábola a alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros:
Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu, e o outro, publicano.
O fariseu posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adultérios, nem ainda como este publicano;
Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho.
O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: ó Deus, sê propício a mim, pecador!
Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado”.
Pastor Renaut, visilvemente emocionado ao terminar esta leitura fala:
--- Ouviste o que foi dito nesta parábola: o que exalta será humilhado, mas o que se humilha será exaltado. Pedirei novamente para levantarem as mãos, aqueles que concordam com o retorno dos irmãos convertidos. Conforme o resultado, nada mais resta continuar eu continuar aqui.
Novamente houve o silêncio, e não houve mão sequer levantada.
Padre Elias, sai mansamente da igreja, sem esperar terminar, mas com a nítida certeza: aquela parábola foi salvadora, no seu caderno, anotava:
            --- Agradeço-lhe, meu Senhor, pelas suas sábias e santas palavras, que nos ajuda hoje e também até os fins dos tempos. E que os homens possam absorver do teu livro sagrado, mensagens do verdadeiro amor, o sentimento tão importante do teu ensinamento!...


(História é fictícia, mas fatos semelhantes sempre acontece nesta vida cheia de controvérsias)

 

 

 

O despertar

Quando tudo parecia estar em trevas e o viver representava

um tremendo turbilhão de tristeza, olhar em volta constatando

só melancolia, na ausência de belíssimas flores e dos pássaros,

principalmente dos que gorjeiam tão maravilhosamente                                                                                                                                                e a morte violenta a rondar passo a   passo,                                                                                                                                                         então surge a felicidade de existir o despertar!...

 

O lugar era terrível, quase sem vegetais parecia não existirem as belas flores, nem a presença dos majestosos pássaros, o ar seco deixava entrever a grande ausência de água. As montanhas salpicadas de pedras, ajudavam a tornar-se melancólica a vida das pessoas, delas pude notar a imensa tristeza, sem a perspectiva de alguns instantes de felicidade, os homens com barbas cerradas com vestes pouco tradicionais, vários panos enrolados pelo corpo em seus semblantes de aspecto duro notava-se a mágoa em todo o seu ser, ao passar a mão em meu rosto e olhando minhas vestes não me enquadrava com eles, mas por que? Eu estava ali no meio deles, era tudo uma interrogação! Um verdadeiro enigma!...

Nas ruas um turbilhão de pessoas que pareciam bonecos sem perspectiva de vida, as mulheres todas cobertas nem seus rostos deixavam aparecer, demonstravam-se resignadas com a sorte, o caminhar delas era taciturno, deixavam entrever a completa falta de liberdade de conversar, olhar as pessoas, pareciam proibidas até de pensar, mais uma vez pude notar que minha esposa não se enquadrava também neste quadro, a interrogação continuava...

A tela continuava se abrindo na minha frente: imensidão de crianças, todas pareciam ocupadas, seus aspectos eram bastante humildes porque ocupavam-se de tarefas muito duras. Os maiores já se portavam como adultos, os menores, alheios a tudo, eram alegres e cativantes; nesse momento lembrei-me de meus filhos, ao todo cinco, três rapazes e duas moças, mas não sabia onde estavam, minha mente era uma névoa densa.

No meio desse turbilhão, um estrondo! Pessoas apavoradas corriam sem direção, o que vi, era macabro: vários corpos em pedaços, homens, mulheres, jovens e crianças; homem bomba! Era o comentário geral. O lamento das pobres criaturas atingidas era comovente, quase que inimaginável.

Mas a situação macabra continuava, via várias casas sendo destruídas por bombardeios, gritos choros por todo canto era ouvido, então faço a pergunta: ---- porque meu Deus, está acontecendo isto aqui no Brasil? Brasil!... Dou um sobressalto da cama, acabava de ter um terrível sonho.

Não acreditando na realidade, conferi tudo e constatei que meus entes queridos estavam todos bem.

Madrugada à dentro continuei em meus pensamentos: --- estamos no ano 2006, nós brasileiros vivendo momentos difíceis, a distribuição de renda continua desproporcional, o dólar subindo parecendo controlado, mas e os assaltos estrondosos praticados por tantos poderosos? Deixando-nos sem esperança de um futuro promissor, pelo menos para os nossos descendentes, porque percebemos que no momento não existem opções de empregos, neste país gigante e tão privilegiado pela natureza! Esta grande falha acarreta infortúnios nos lares, tornando-se quase impossível para muitos comprar os gêneros de primeira necessidade. Vivendo na região sudeste, considerada uma das mais privilegiadas, consigo presenciar estes fatos, o que dizer dos irmãos brasileiros de regiões tão castigadas?

Regiões que seus filhos morrem à míngua, onde os pais envelhecidos pelos sofrimentos, sol e trabalhos duros nas terras que negam os alimentos para seu sustento; eles saem em busca desenfreada mendigando um pedaço de pão às suas crianças subnutridas, e algumas morrendo de inanição.

Será que estas desigualdades farão o Brasil tornar-se um país sombrio, onde os descendentes dos tão desamparados pela sorte, que sobreviverem dos infortúnios, conseguirão amealhar tanto ódio e poder, tentarão destruir os descendentes daqueles que tudo tiveram ou mesmo daqueles que nunca tiveram muito?

A madrugada passou, aí que despertei completamente porque nestas indagações, era como se estivesse naquele terrível sonho!...

Curiosamente quis ver o raiar do dia, ao abrir a janela vislumbrei com o raiar do sol que era deslumbrante e de uma luminosidade tal que jamais esquecerei, as montanhas que recebiam os raios, eram totalmente revestidas de verde, na minha memória, pude visualizar o belíssimo parque das Águas de minha magnífica cidade: São Lourenço, parque das puríssimas e benfazejas águas minerais, local totalmente cercado do verde que salvaguarda este líquido miraculoso e no centro o grande lago, possibilitando uma paisagem inebriante!...

Não satisfeito, quis observar as pessoas da minha rua, elas pareciam felizes e o cumprimentar era alegre e sincero, tinha a nítida impressão que elas davam a boa referência de todos os habitantes desse meu imenso país.

Aí pensei: o Brasil nunca será um país sombrio, de constantes desforras, que desencadeia medo e destruição, quer dizer! Assim espero!...

 

                                                          ---   Ano 2006 ---

 

 

A disponibilidade humana

 

O ser humano não nasceu para ser uma ilha,

difícil aqueles que vivem só, podem dizer: sou feliz,

no isolamento, coração triste, olhos sem ver belezas da existência,

experimente viver só, mesmo com riquezas serás infeliz.

Se recusar ajuda a teu semelhante, sentirás cada vez mais só,

mesmo com muitos poderes, um dia terás grande amargor,

viver procurando só as grandes paixões, felicidades inebriantes,

aproveitar a vida, viver cada momento em função de si só

um dia isso tudo acabará, os cada momentos vividos serão pó,

os imperadores, conquistadores de riquezas incalculáveis

incapazes de ajudar por pouco que seja, o mais humilde de seu povo,

muitos morreram desprezados humilhados apesar de todo seus poderes,

a infelicidade caminhava com eles passo a passo, no correr de suas vidas,

mesmo que não percebessem, com todo o esplendor do ouro possuído

a felicidade era meramente aparente, no fim tudo caia por terra...

no viver os humanos necessitam uns dos outros, ninguém é isento de ajuda,

vida é uma luta incessante, quantos estão em desespero, e a ajuda não vem.

Na Somália, naquele longínquo país, a adolescente, Aisha Ibrahim Duhulow

foi estuprada por três homens, no desespero e naturalmente revoltada

denuncia os estupradores, clama por justiça pelo desrespeito à moral,

sucede justamente o contrário, a menina foi presa pela milícia islâmica,

radicais da oposição, ela foi condenada por adultério,

no dia 27 de outubro de 2008, foi apedrejada até a morte num estádio

na presença de mil espectadores, com certeza clamava: --- alguém me ajude!...

alguns dos apreciadores do martírio, relutavam em julgá-la,

não compreendiam a necessidade inestimável em ajudá-la,

teimavam não aceitando a grande verdade:

ajudando ajudar alguém, estará ajudando mais a si próprio,

poderá trazer felicidades indefiníveis onde houver a disponibilidade humana!...

 

                                                               2/11/2008

 

 

                 Preocupação do imigrante

 

Sr. Manoel, reunido com sua família, esposa, dois filhos, um menino e uma menina, sentados na mesa grande, desfrutavam um excelente jantar, Manoel era imigrante, entrou neste país quase sem esperança de continuar a viver, no seu país de origem, sofreu as duras penas, na sua distante infância, quando vivia com seus pais e dois irmãos, numa terra distante, em que não existia lei, os fortes é que sempre prevaleciam, e faziam muitas covardias, os fracos sucumbiam sob lanças, facões ou armas de fogo, as disputas muito acirradas, cada grupo sentiam-se donos da situações, propriedades, fazendas, indústrias quantas desapropriadas.

Numa destas invasões na sua casa, os criminosos matam seus pais e irmãos Manoel consegue fugir, 10 anos apenas consegue entrar no Brasil junto com outros imigrantes, mesmo neste país acolhedor, ele continuava a sofrer, porque um menino depois do que tinha passado, o trauma era imprescindível, mas como a vida é realmente misteriosa, porque o pequeno imigrante, tinha sempre a nítida impressão que sua mãe ainda o orientava, lembrança terrível que não saía de sua mente, no dia em que invadiram sua casa, sua mãe lhe implora: --- foge, filho, Jesus há de te proteger!

O menino torna-se homem generoso responsável e consegue dar à esposa e filhos, todos brasileiros, uma vida digna, a nova pátria que adotou de coração, ele sentia feliz porque aqui, este chão brasileiro transpira harmonia, liberdade e muito mais justiça do que naquela época em sua terra natal, mas o imigrante tinha uma preocupação, no Brasil a distribuição de renda ainda não é satisfatória, muitos brasileiros estão insatisfeitos, alguns manifestos isolados mas existem, a perspectiva é que este país prospere tanto, podendo ser até mesmo o celeiro do mundo, como dizem alguns otimistas, mas e se suceder o contrário, opinião de alguns também, a desordem pode alcançar proporções alarmantes, a população do futuro sofrerá... Sr. Manoel interrompe seus pensamentos naquele instante, e exclama: --- não, nossos descendentes não podem sofrer o que sofri seria cruel demais, este país é belo, a mistura de raças, de religiões e culturas convivem em harmonia, os imigrantes que aqui permaneceram são testemunha disso.

 

 

      Por favor!...



Jane, apesar de ter apenas oito anos, sempre observava,
o desenrolar dos fatos que acontecia em sua casa,
as necessidades ali eram urgentes, ela sempre enxergava,
e nos seus pensamentos infantis, dizia:
Hoje, quando vi papai sair, notei que estava triste,
falou pra mamãe que ia tentar novamente,
dizia que estava cansado, de procurar o emprego
voltando da rua ainda triste, mas dizia que ia sempre avante.
Nas historinhas que escutava, em casa ou até na escola,
era que o Brasil, sua terra tão amada, e  até mesmo invejada
por causa da sua grandeza, não só no tamanho, mas também  das riquezas,
ela sai do seu monólogo e indaga à sua mãe:
--- então porque nós temos  tão pouco, nesta terra que tem tanto?
---Ah, filhinha querida, nós ainda temos o suficiente,
mas existe muitos lares, que não têm nada e que até passam fome,
--- mas, porque, e as riquezas do nosso Brasil?
Indaga  pequena economista, espantada,
--- filha, ainda tenho esperança, mesmo quando eu e seu pai, não existir mais,
você já adulta, com sua família formada,
desfrutar de uma justa distribuição de riquezas,
neste país tão rico, principalmente em riquezas naturais,
riquezas que transformadas, poderão ajudar milhões dos irmãos brasileiros,
que cada governante, contribua para estes irmãos viverem dignamente,
--- aí terá mais emprego não é mãe?
---Sim, filha, e meninas iguais a você não verão seus pais tristes, sem trabalhos,
quer dizer, assim espero, essa dúvida, a mãe não fala, mas pensa,
e mentalmente surge a incerteza, e se as riquezas continuarem a serem lapidadas,
no futuro, aumentassem de maneira assombrosa o desamparo ao nosso povo,
os empregos especiais ficassem só para poucos escolhidos,
enfim, a miséria alastrasse de tal maneira dando motivo de revoltas incontroláveis,
este nosso povo bom, cansado das injustiças, transformarem em anarquistas,
então ela faz o apelo mentalmente, como se ele voasse na direção certa:
--- por favor, senhor Presidente, por favor, políticos do meu Brasil,
não deixem isto acontecer, pois se vocês arrumarem só suas casas,
seus descendentes, possuirão posses, cultura, mas felicidade não,
pois viverão, ou se estiverem longe verão seu povo no grande infortúnio!...

                                                       ---   07/04/2008 ---

 

O destino

Destino? Não, pois existe o livre arbitre, então porque as premonições?

A vida acaba aqui neste mundo, nesta nossa terra?

Não porque do contrário seria tudo obra do acaso!

E existe muita coisa entre o céu e a terra!

Mas ele, o grande escritor com seus poderes de premonições,

Não conseguia ver e saber se existia o outro mundo?...

 

Josef, o jovem e promissor escritor estava parado, petrificado, em sua escrivaninha estava transtornado, nada o fazia votar ao normal, seu amigo inseparável, Joel, apavorado insistia, perguntava incessantemente:

--- Josef, o que houve, porque você está neste estado?

--- Simplesmente não escreverei mais, ou... não sei o que poderá me acontecer!... Responde Josef, em estado de intenso torpor. O amigo ainda interpela:

--- Não, só pode estar brincando, os três livros que escrevestes, foram só sucessos, te consagraram, a crítica foram só elogios! Podes te considerar, o escritor do destino!!!...

--- Meu amigo, vou te relatar tudo: o meu primeiro livro, intitulado inundações, de fato houve as inundações e mortes, e outros horrores citados no livro, inclusive o local e data praticamente exatos.

No segundo livro: -Desastre Aéreo- realmente o terrível desastre acontecido em determinado ano inclusive com várias mortes e de pessoas altamente de destaques, narrativa feita muito tempo antes neste livro.

O terceiro livro: - Atentados – atentados em determinadas datas, país e outros detalhes a mais como num filme também na minha mente, revelou que em determinado ano e local aconteceriam atentados terríveis, alguns ficariam na história tal era o grau de atrocidades.

--- Então isto é um dom, aproveite! Diz o amigo, Joel, entusiasmado.

--- Já nem sei, dom,  simples caso de premonições! Responde ainda bem taciturno o Josef escritor.

--- mas eu não entendo porque este tormento todo.

--- Eu explico: continua, Josef: estas supostas premonições de acontecimentos, alguns foram em sonhos, a maioria delas e outras simplesmente me vêem na mente de maneira inesperada, por exemplo, penso que acontecerá algo e realmente acontece os acontecimentos são como se fossem mesmo filmes que assisti. E tem mais, a causa da verdadeira confusão na minha cabeça, foi um começo de sonho que tive, ao acordar foi o continuar terrível, ia acontecer!... Se no sonho me vi estendido morto num acidente terrível aéreo, vários corpos estraçalhados, inclusive o meu, depois me vi desaparecendo, cada vez mais desejava que existisse outro mundo à minha espera, que eu não desaparecesse para sempre. Mas sentia que o meu desaparecimento seria para sempre!...

 

 

 

 

A floresta (2)

 

 

Existia uma floresta, era linda, tão majestosa, seus vegetais verde deslumbrante, as árvores centenárias, não milenares, talvez até bem mais, a quantidade de remédios naturais imensos, parecia que o Criador estabelecesse todas as curas das doenças poderiam sair dali, e os animais belíssimos, havia a lei do mais forte, onde os poderosos usavam os menores para a alimentação, mas tudo com uma coerência majestosa!...

Numa determinada época, os animais, todos eles recebem um ultimato, para abandonar tudo e irem pra outro lugar, os que ficarem morrerão de forma drástica, pois os humanos iriam destruir aquele lugar, ou melhor aquele paraíso, onde só as pessoas que prevalecerão, e tem mais a previsão também triste, nem todos os animais conseguirão sair a tempo, muitos não conseguirão sair de forma alguma.

Entre os bichos, deu pra assistir uma reunião de inúmeros pássaros, daqueles considerados os cantores da floresta, um interlocutor pergunta para o líder:

--- mas não foi estabelecido que ficaríamos neste lugar, onde os nossos antepassados também viveram aqui? Não só alguns de nós vamos ser destruídos, serão as matas, as nascentes dos rios!...

O líder responde: --- sim, cada um no seu lugar, mas acontece, que os humanos possuem o poder de nos destruir e destruir eles também!...

Depois...

Algum tempo depois, a floresta foi substituída por uma selva de pedra!...

bem mais depois, dava pena de ver, animais feridos,

quantos deles mortos, os sobreviventes lamentavam perdas,

os filhotes estes não usufruíam mais, a bela floresta de outrora,

os animais que conseguiram se safar dali, onde ir agora?...

os humanos pra tapear tentaram por alguns noutro lugar,

entretanto com todas técnicas não impediram as mortes,

se alguns dos humanos tivessem a capacidade de saber,

de conseguir decifrar as linguagens dos animais

aqueles que tivessem alguma certa sensibilidade,

estes chorariam, se lamentariam ao ver tanto sofrimento:

--- nosso líder estava certo, os humanos são destruidores!

Linguagem dos pássaros, aqueles animais reluzentes,

muitos deles de belezas inconfundíveis e belezas incríveis,

quantos seriam completamente extintos

onde fora a linda floresta, não haveria as orquestras magistrais,

sim, quando existiam inúmeros pássaros estes lindo animais!

O líder, aquele que fez a declaração fulminante:

--- os humanos possuem o poder de nos destruir e destruir eles também!...

Então este líder foge, vai alçar vôo se possível à outra floresta,

mas, faz um pedido doloroso aos seus comandados:

--- não me sigam, porque talvez eu leve alguns de vocês à destruição!

Partiu voou durante vários dias com leves repousos,

cansado resolve parar, não encontrou um lugar ideal,

se pôs em agonia intensa, até mesmo mortal a lamentar:

--- Sim, existia aquela linda e inesquecível floresta!...

Ou quantas outras maravilhosas florestas ainda existirão?!...

 

 

 

Intenso amargor

Ele estava à beira do abismo, na tua frente estava um buraco imenso, com pedras que reluziam de aparência bem cortantes, bem abaixo de tão profundo não lhe permitia ver o fundo. O moço Josiel estava em desespero, tua tristeza era imensa, aquele abismo estava na sua alma, sentado em seu quarto, seu olhar estava inerte, o veneno mortal já estava no copo prestes a ser consumido, um suicídio seria iminente, mais uma vida que se apagaria, porque o ser humano às vezes não suporta sofrer, afastar   os infortúnios também muitas vezes não tem poder.

E assim, Josiel, o moço bem infeliz, estava à beira de cometer uma catástrofe, mataria um ser, daria cabo de sua vida, naquele instante não compreendia que a vida é misteriosa, pode ser bela num piscar de olhos, o ser vivente no tempo e espaço , pode e deve ter a felicidade a seu dispor a qualquer instante.

Nestes segundos ou talvez minutos para que desse a tacada fatal, sua mente se transforma num filme de sua vida até ali. Aquele momento de muita tristeza, teve origem num caso de amor, por amor as coisas chegam a tal ponto muito avassalador! Sentimento tão importante, pois quando ele é perdido, há! Este sentimento amor, que poder!... Pode arrasar corações e mentes!!!...   O filme se inicia, ele lembra do início do seu grande amor, a garota de seus sonhos, Jane, a linda namorada loura de cabelos encaracolados, de espírito alegre, que na sua companhia só inspirava uma intensa vontade de viver. Josiel lembra do primeiro encontro, lá se vai 1 ano, ele estava num parque de diversão em companhia de seu amigo inseparável , Lando,  de repente este amigo fala:

--- Josiel, aquela garota te olha intensamente tenho quase que certeza que ela gostou de você!

--- Nossa! Sei que tenho sorte com garotas, mas aquela é demais! Responde Josiel cheio de empolgação, de fato era um belo rapaz, 25 anos, porte atlético aproximando de um metro e oitenta e um exemplo clássico da miscigenação brasileira, com sua pele bem morena um Denzel Washingwton  brasileiro! Então com tudo isso possibilitou aproximar da deusa.  

O conhecimento e as apresentações tornam-se facílimo por causa da grande comunicabilidade dos dois, Josiel e Jane conversaram por várias horas sem tempo para terminar, deu-se início de um namoro intenso, as horas, os dias e meses aproveitados a cada instante, nos idílios amorosos fazendo ferver os hormônios dos dois apaixonados, e assim continuou até que Josiel faz o pedido tão esperado para muitas namoradas apaixonadas:

--- Querida, Jane, queres casar comigo?

--- Ah! Como, casar?... A resposta veio repentina, estranha, pois teria de ser eufórica e não evasiva. Entretanto, Jane aceita o inesperado pedido, a conclusão que se tinha é que havia uma química muito forte naquele casal de namorado, só que para Josiel, envelheceria junto com sua amada, o amor não acabaria nunca, tinha uma intuição de que mesmo depois da morte ainda a amaria loucamente, agora para Jane a intuição era outra, viver uma vida inteira juntos? Agora o amor era muito forte indescritivelmente belo, mas no futuro seria?...

Entretanto, Jane aceita o pedido de casamento, afinal não custa tentar, pois a paixão ainda aflorava  em  todos os poros! Casamento marcado, os dias se tornam intermináveis para Josiel, na escolha do terno, sua inseparável noiva até ajudou, dizendo que ele ficaria até mais lindo do que já era, ele ansiava em vê-la vestida de noiva entrando na igreja, --- que ansiedade, meu Deus! Pensava a todo instante.

O esperado dia chega, a igreja estava lotada, como é de praxe o noivo chega primeiro e espera, Josiel elegantemente vestido, com seus padrinhos, espera sua futura esposa. Mas a espera estava se alongando, 1, 2 até 3 horas de atraso! Num dado momento o Padre recebe um aviso: não haverá mais casamento, a noiva se recusa a se casar!... 

Agora da pra entender o martírio de Josiel relatado no início do texto, o mundo tinha desabado para ele, que infelicidade, decepção, para ele parecia impossível uma saída, viver dali por diante não teria mais sentido, cada momento de vida seria conviver com o inferno, sua alma já estava também nas trevas, porque aquilo mais importante que possuía tinha acabado, aquela que ele tinha a certeza que o amava loucamente, fincou um punhal em seu peito, agora no lugar daquele sentimento belíssimo que existia no seu peito, foi substituído pelo ódio!

Josiel, totalmente arrasado pegou o copo com o veneno mortal, a porta de seu quarto se abre violentamente, seu amigo Lando entra ofegante, retira o copo de sua mão, se dependesse dele, aquele amigo com a alma em frangalhos não morreria ainda, fala, tenta usar todo seu poder de persuasão:

--- Pare amigo, o mundo pode nos ser cruel, mas a vida é uma verdadeira luta, os momentos terríveis de agora, devem serem substituídos pelos momentos belíssimos que tivestes no passado, as trevas não perduram elas sempre dão passagem para a luz, enquanto o ser humano mergulhado nas trevas lhe vem sofrimentos terríveis, a luz o fará ver, sentir felicidades indescritíveis.  

Depois da sacudida do amigo, Josiel tem um sobressalto, na verdade estava há vários dias naquele seu quarto, quase sem alimentar, só pensando no pior, realmente em sua mente só uma escuridão medonha, ele sai e vê lá fora um inebriante sol, comenta com o amigo:

--- É, vale a pena tentar viver de novo!...         

 

 

Bondade X maldade

Existe um ser que a ele foi destinado amar sem reservas,

grande capacidade de educar, guiar no caminho certo,

para que aquele que está sendo educado não pereça,

não se atropele nos labirintos dos caminhos desta vida,

este ser são as mães, biológicas ou não,

se elas praticarem bem sua função novas criaturas de luz serão formadas!

 

A história começa assim: naquele humilde lar, existe a mãe D.ª Helena de 37 anos e o filho Jonas com 16 anos. As dificuldades eram muitas, D.ª Helena era mais uma daquelas mães que teve de se virar para conseguir ir vivendo sozinha pois seu marido tinha lhe abandonado, confusões nos primeiros anos de casados, depois a desculpa da incompatibilidade de gênios, então pé na estrada o maridão.

Mãe e filho sempre conversavam, havia diálogo entre eles, um entrosamento de seres e naturalmente um amor, confiança mútua entre eles, graças a grande sabedoria desta primorosa mãe, que não aconteceria o pior na vida de seu filho, Jonas, como poderemos comparar no desenrolar deste texto, seria como se as forças do mal tentasse abocanhar alguém. O diálogo começa, o garoto Jonas expõe teus temores para sua mãe, seus fracassos, suas vitórias, analisava até a vida em si, então ele fala, naquele momento a decepção estava visível no seu semblante, no seu comentário:

--- Sabe, minha mãe! Tenho a impressão de que às vezes a bondade atrapalha muito em ser feliz, digo isto englobando ser honesto, simples e tolerante para com tudo nesta vida, quantas pessoas sofrem perseguições, passam fome só porque são incapazes de darem um jeitinho de conseguirem as coisas, quantas nadam na riqueza, unicamente por serem desonestas, para atingirem seus objetivos passam por cima de quem for preciso! Continuando o Jonas na sua interpretação afirma:

--- veja bem, minha mãe, na história muitos conquistadores tiveram que usar até mesmo a perversidade para que suas experiências tivessem resultados satisfatórios, como as experiências feitas nos campos de concentrações, meu professor de história afirma que as religiões foram as responsáveis também pelos grandes tormentos da humanidade, elas nos seus pretensos ensinamentos espirituais, inventando fábulas incríveis escondendo as realidades lógicas que estão escancaradas na nossa frente. Eu só queria dizer, mãezinha, que ser bom pode atrapalhar tanto, rss... rs!... A mãe D.ª Helena, percebe que precisa fazer sua parte, num gesto cheio de sabedoria começa:

--- Meu filho, das outras religiões nem vou comentar porque desconheço mas sobre o cristianismo eu posso dizer até onde meus simples conhecimentos permitirem, apesar do cristianismo ter uma divisão imensa, o fundamento principal do cristão é o amor, este amor tem de ser incondicional, é o mandamento fundamental, pois do contrário o filho de Deus não morreria na cruz por nós, seu sangue seria derramado em vão. O verdadeiro cristão não é egocêntrico, voltado para si mesmo, ele ama tanto que seria capaz de morrer pelos seus semelhantes, agindo assim onde ele estiver estará a alegria seria como se num lugar estivesse em trevas e chegasse ali a luz, dá pra perceber assim que o amor verdadeiro de um pai, mãe, filhos, colegas, amigos ou até com estranhos possui uma importância tremenda, porque onde este sentimento estiver ali estará a paz, um escudo contra o mal estará protegendo. Estes seres imersos neste amor seriam incapazes de fazer qualquer um ser infeliz! Continua a mãe tentando explicar a importância da bondade nos seres:

--- Você, Jonas, citou como exemplo as experiências dos nazistas, mas filho, naquela época entre eles estava o mal, a terrível maldade, milhões de seres sofreram os horrores incontidos, imagine, preste atenção, se eu e você estivesse ali num daqueles lugares terríveis, eu sendo duramente maltratada, ou você também, quantas infelicidades para nós, percebes? Não só naquela época ou agora, seja aonde for, se a maldade estiver ali ela transforma, brutalizando, trazendo muita infelicidade!

Os conquistadores, ditadores cruéis foram muitos, vários realmente nadaram nas riquezas, seus poderes os protegiam às vezes dando até segurança, mas te garanto jamais foram felizes, aparentemente poderiam ser em certos momentos mas durante todas suas vidas foram vítimas do terrível mal. Você pode citar centenas ou milhares de pessoas maldosas e o que elas tiveram influência neste nosso mundo, se disseres que por causa disso o mal é mais poderoso sobre os homens, eu com toda a certeza citaria poucas pessoas bondosas que passaram por este mundo e que já fazem a diferença, o bem torna-se um escudo poderoso sobre os homens, eu repito em te dizer bastam poucas lâmpadas espalhando a luz para aniquilar as trevas!... Ela continua empolgada:

--- Filho, a bondade nunca atrapalhará, sempre será um bálsamo para amenizar as dores da maldade!

--- Mãe, serás sempre minha fada, a sra. Sempre me convencerá!

 

 

 

 

O natural indecifrável!...

Será importante desvendar alguns fatos tidos como mistérios?

Ou poderá ser bastante prejudicial pra determinadas pessoas!...



O amanhecer começa com aquele esplendor, a beleza é contagiante o sol espalha sua claridade até além da colina, até os pássaros, variados em cores e também belíssimos,
se aparecesse visitantes extraterrestres, naturalmente vislumbrariam pensando ser o paraíso, as horas passavam e o dia continuava belíssimo, as pessoas passavam despreocupadas, aquelas que não conheciam a história do estranho casarão não sabiam o que era terror.
Há! Aquele casarão tinha histórias, os últimos moradores, uma família de 4 pessoas, pai mãe e  os dois filhos, um rapaz e uma moça, todos jamais esquecerão suas experiências passadas ali, sempre à noite, coisas estranhas aconteciam, fogo nas cortinas, panelas pulando fora da onde estava, gemidos nos cômodos vazios, sombras circulando de relâmpago em qualquer lugar e de surpresa, furos nos armários, nas paredes, o padre foi chamado, opinando ser forças demoníacas, cantos por cantos da casa benzidos,  mas os fenômenos estranhos  continuavam, não houve jeito se mandaram sem ter uma explicação convincente. Esses moradores tinham chamado o padre porque eram católicos, mas outros que foram escorraçados pelos fenômenos chamaram pastores que também concordaram com forças demoníacas, fizeram orações, cultos, mas nada de acabar com os acontecimentos, foram chamados espíritas que tiveram suas hipóteses, tentaram trabalhos, mas nada.
Um psicólogo declarou que conseguiria desvendar este mistério, garantiu que não existe estes fenômenos sobrenaturais, aqueles acontecimentos naquela casa seriam exatamente fenômenos naturais, exemplificou: a telergia pode  ser provocada por  alguma pessoa mesmo involuntariamente, fazer uma imagem chorar, materialização de objetos, etc. etc...
Mas cá pra nós, a crença em almas de outro mundo que muitos acreditam, não chega a ser tão prejudicial, quando a ciência consegue convencer alguém a inexistência de algum fenômeno sobrenatural, pode estar criando um ser materialista e assustado, pois pensar que ao morrer não entrará na outra vida, pode ser assustadôôôr!...

 

 

Ele tem de ser santo

 

D.ª Vilma, se esbraveja, este menino não tem jeito (Joãozinho seu filho que a poucos dias completou 7 anos, e olha que esta mãe tem apenas 27 anos) não agüento mais tuas travessuras, assim não dá Orlando (seu maridão que mal chegou aos 30 anos) eu já estou completamente estressada, cuidar da casa, cuidar deste menino que vive aprontando, já cansei de dar palmadas, depois até as varadas e nada dele endireitar!

--- Mas mulher, eu ainda queria mais uns dois filhos! Recomenda o Orlando.

--- Deus me livre, aí é que fico louca! Responde a estressada esposa.

O marido sem mais o que fazer retruca:

--- Então, mulher, leve este menino num psiquiatra, ou psicólogo sei lá em qualquer profissional que dê jeito nele.

--- É isto mesmo que queria que você compreendesse, até concordasse que ele precisa

de ir a um médico, já ouvi falar num tal de Dr. Orlando, médico psiquiatra infantil muito bom, então vou levar o Joãozinho pra este psiquiatra ver os procedimentos necessários se este menino ainda vira gente!...

No outro dia mesmo Vilma estava com seu filho no consultório do Dr. Orlando.

Este Dr. era mesmo conceituado, com seus quase 60 anos de idade e 30 e poucos de experiência na área da psiquiatria. Ao escutar a história da mãe sobre o filho, prestava nitidamente atenção no menino que permanecia quieto pelo menos naqueles minutos da conversa, depois de muito contar histórias e mais histórias das peraltices de Joãozinho, casos que Dr. Orlando ouviu centenas de vezes dos pais em seu consultório e é lógico uma boa examinada no famoso Joãozinho, a mãe aflita pergunta: --- então, Dr!...

--- D.ª Vilma, seu filho é normalíssimo, é um filho que muitíssimas mães gostariam de ter!

--- Mas então tudo o que ele faz é normal? Tem tantos meninos na idade dele tão santinhos!!!...

Essa o Dr. Orlando não conseguiu segurar, faz a seguinte pergunta:

--- Minha sra. conhece a história de São Francisco de Assis?

--- Conheço, e como foi um santo maravilhoso!

--- Também concordo, foi um santo pra ninguém botar defeito, mas São Francisco virou Santo somente na idade adulta, quando jovem foi boêmio e quando criança sabe lá o que se aprontou, talvez até mais do que o Joãzinho. O que seu filho precisa é disciplina, muito ensino, porque ninguém nasce sabendo, eu com meus quase 60 anos e muitos de experiência na minha área, tenho a nítida certeza que tenho de aprender muita coisa e morrerei aprendendo, pensa bem minha sra. ele tem apenas 7 anos!

(Os psiquiatras vão me criticar, mas é apenas histórias de mães que se acham aflitas com filhos cheios de energias!...)